A febre das padarias popstar

É sabido que o pão é um dos alimentos principais da dieta mediterrânica e um dos mais antigos. Igualmente certo é que onde há casa portuguesa não falta pão à mesa. Talvez assim se explique a moda das padarias que tem vindo a tomar conta de tantos espaços citadinos e que, apesar de modernas, querem…

Padaria portugesa lab – Avenida da República, 39, Lisboa

A mais recente padaria lisboeta fica em pleno centro e difere da comum Padaria Portuguesa porque foi criada, como o nome indica, para ser o laboratório da cadeia. Aberta desde 26 de fevereiro, daqui vão sair todas as futuras novidades – algumas da autoria de Paulo Cardoso, mente por detrás de vários produtos desta cadeia de padarias -, que aqui serão lançadas e só depois comercializadas nas outras lojas. Ao clássico e, por estas bandas, famoso pão de deus juntam-se novos produtos, lançados com a abertura do espaço. De destacar cinco novas variedades de pão: pão com três tipos de trigo, pão de mistura com trigo e centeio, pão de espelta com sementes, pão de centeio e broa de milho. 

Padaria  da esquina – Rua Coelho da Rocha, 108, Lisboa  

A novidade mais aguardada da cidade entre os apreciadores de pão já tem poiso, mas ainda não está aberta ao público. Chama-se Padaria da Esquina e é um projeto do chefe Vítor Sobral, finalmente trazido para Portugal depois de um percurso de sucesso em terras de Vera Cruz. Em breve – não se sabe ainda quando -, o bairro de Campo de Ourique vai ser invadido pelo cheiro a pão acabado de sair do forno e não faltarão variedades como carcaças, pão da Langoinha, pão saloio e cacetes. Se nenhum dos que enumerámos é o seu preferido, não se preocupe: estão prometidas mais de dez variedades de pão. No Brasil, a padaria já ganhou vários prémios – e o melhor é que o especialista em pão Mário Rolando também está no projeto. 

Gleba – Rua Prior do Crato, 16, lisboa 

Apesar de recente, a Gleba rege–se pela maneira antiga de fazer o pão. As receitas são tradicionais, a massa não leva fermento – a ideia é que cresça naturalmente – e é na padaria que se moem todos os cereais que entram na constituição do pão. A cara do projeto é Diogo Amorim, que com 20 e poucos anos decidiu criar todo o conceito depois de passar por várias cozinhas internacionais. A influência vem nada mais nada menos do criativo chefe Heston Blumenthal – ao estagiar num dos seus restaurantes, o renomado Fat Duck, aprendeu a confecionar pão usando os métodos de antigamente. Entre as possibilidades pode escolher pão de farinha de trigo e milho, pão de trigo barbela, pão de centeio verde ou broa de milho.

Eric Kayser – Amoreiras Plaza, R. Professor Carlos Alberto da Mota Pinto, 9, Lisboa

Chegou a Portugal em 2011 e está presente em mais de 30 países. Pertence, como denuncia o nome, ao conceituado pasteleiro francês. E hoje, em Portugal, existem já oito lojas que fazem as delícias dos portugueses com receitas tipicamente francesas, mas não só. Não faltam diferentes tipos de pão: azeitona, curcuma, nozes, queijo, figo ou cereais são apenas algumas dos disponíveis nas tentadoras vitrinas. Quanto à pastelaria, marcam presença os obrigatórios éclairs, macarrons, pain au chocolat, cookies com pepitas de chocolate e brownies de chocolate com noz-pecã. Frequentemente há novidades, por isso vale sempre a pena voltar.

Micro padaria – Rua Angelina Vidal, 35-A, Lisboa 

Da imaginação de uma cientista saiu a Micro Padaria, onde só se encontra pão de fermentação lenta. Cláudia Bicho viveu em vários países, mas o seu verdadeiro sonho era fazer pão e bolos. Por isso veio para Lisboa, começou a estudar padaria e pastelaria e criou este projeto. Entre as receitas de pão, nesta história alia-se o trigo a outras personagens: além do pão de trigo (integral e sem ser), há de polenta com trigo, de trigo e sementes de sésamo e ainda de mistura de centeio. Quanto aos bolos, não falta o clássico bolo de arroz – aqui, de matcha -, bolachas de chocolate de leite de amendoim caramelizado ou queques de limão com sementes de papoila. O espaço é pequeno, mas tem muito por onde escolher. 

Molete – Avenida Rodrigues de Freitas, 256, Porto  

O Molete faz as delícias dos portuenses desde 2016. Abriu primeiro em Matosinhos para só depois chegar à capital do norte, tudo pelas mãos de Gustavo Pereira, que queria dar às ruas nortenhas pão (sempre) quente e feito de forma tradicional. Não se deixe enganar pelo espaço moderno porque é isso mesmo que encontra: pão alentejano, pão de água, pão de cereais, pão integral, pão de mistura, pão de centeio e até broa de milho simples ou com chouriço (bem à portuguesa!). Os bolos também captam a atenção e a oferta é grande: queques, pastéis de nata, queijadas e até éclairs. E se prefere miniaturas, aqui não vai ficar desiludido.