Sindicato denuncia “militarização” do Hospital de Cascais

Regulamento interno dado a conhecer aos trabalhadores revela “conceções de puro totalitarismo a lembrar países onde imperam os fundamentalistas religiosos”, diz sindicato

“A maquilhagem deve ser discreta, o baton e sombras em cores nude, base, lápis e rímel adequados à fisionomia de cada pessoa” e “não podem ser usados piercings, joias, tatuagens de qualquer tipo em locais visíveis do corpo”. Estas são algumas das medidas que a administração do Hospital de Cascais aprovou num novo “regulamento interno de utilização e conservação do fardamento e cacifo”, denunciado hoje ao i pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul, que o descreve como “um exemplo escandaloso de prepotência e de militarização da vida hospitalar”.

A par dessas medidas, o representante dos médicos denuncia ainda que, “na entrega da farda, o hospital impute os custos de ‘arranjos necessários para adaptação à estrutura de cada pessoa’ ao trabalhador”.

O sindicato contesta, também, “toda a burocracia no pedido de uma farda antes do seu ‘período de vida útil’ (24 meses) e a obrigatoriedade da limpeza ser feita pelos trabalhadores e não pelos serviços do hospital”.

Para a estrutura sindical, “estão em causa a liberdade e a individualidade dos trabalhadores daquela unidade hospitalar”.

O i tentou obter uma reação junto da administração do hospital, mas a entidade não se mostrou disponível para comentar.