Lavrov diz que envenenamento de ex-espião beneficia o Reino Unido

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros russos, todo o caso desvia as atenções do Brexit

O ministro dos Negócios Estrangeiros russos, Serguei Lavrov, afirmou hoje em conferência de imprensa que o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da sua filha, Yulia Skripal, "podia ser do interesse do governo britânico, que está numa situação desconfortável pela incapacidade para cumprir as promessas feitas ao eleitorado sobre as condições do Brexit". "E também podia ser do interesse dos serviços especiais britânicos, que são conhecidos pela capacidade para agir com permissão para matar", disse ainda. 

"Quando não existe provas [de envolvimento russo], vingam-se com os diplomatas", acusou o ministro. Lavrov acusou ainda o Reino Unido, Estados Unidos e aliados de "perda de decência" por terem recorrido a "mentiras e à desinformação pura e simples". Entretanto, a Federação Russa continua a negar qualquer envolvimento no envenenamento do ex-espião. 

Para o ministro, a Rússia continua a ter "numerosas questões" sobre o sucedido e "a incapacidade do Reino Unido para responder significa que tudo não passa de uma invenção e, mais concretamente, de uma provocação". 

A primeira-ministra britânica, Theresa May, acusou a Federação Russa da morte do ex-espião depois de as investigações terem concluído que a a substância neutóxica utilizada tinha sido produzida em território pertencente à ex-União Soviética. A Rússia negou que tenha sido produzida em território russo.