Construção. Jorge Coelho de regresso à administração da Mota-Engil

Antigo ministro do PS e ex-CEO da empresa tinha saído em 2013 por “razões de ordem pessoal”

O antigo ministro socialista e ex–presidente executivo da Mota-Engil, Jorge Coelho, está de regresso à construtora portuguesa, de onde saiu em 2013, para o mandato 2018-2021. O nome do antigo CEO – agora para ser um dos vice-presidentes – consta de uma proposta para os novos órgãos sociais a submeter à assembleia–geral de 11 de maio, de acordo com informação divulgada ontem à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Além de Jorge Coelho – que não assumirá nenhum cargo executivo –, entram no conselho de administração do grupo, que vai ser alargado dos atuais 17 para 21 membros, o embaixador Seixas da Costa, Sofia Cerveira Pinto e Ana Paula Sá Ribeiro. Todos os restantes elementos se mantêm, com Gonçalo Moura Martins a permanecer também como CEO.
Caso a proposta seja aprovada na reunião magna dos acionistas, o ex-ministro do Equipamento Social do governo de António Guterres regressa à construtora portuguesa cinco anos depois de ter saído como presidente da comissão executiva, cargo para o qual havia sido eleito em 2008. 

Na altura, Jorge Coelho alegou “razões de ordem pessoal” para abandonar as funções, afirmando que havia concluído “com sucesso” o programa da empresa “Ambição 2013”. 

Também ontem foi apresentado o relatório e contas consolidado de 2017, no qual é revelado que o grupo Mota-Engil vai investir cerca de 250 milhões de euros este ano, destinando “a maior parte” à sua participada no setor dos resíduos EGF e a “grandes projetos” em África.

Sem pagar dividendos A empresa, que no ano passado obteve lucros de 2 milhões de euros – menos 97% do que um ano antes –, não deverá pagar dividendos aos acionistas este ano, o que acontece pela primeira vez desde 1977. 
Na conferência telefónica com analistas para apresentação das contas de 2017, João Vermelho, diretor de relações com investidores, remeteu a decisão para os acionistas mas, citado pelo “JdN”, admitiu que “com dois milhões de euros de lucro é fácil perceber que o dividendo não será provavelmente pago”.