“Não passa pela cabeça de ninguém que o Clube tivesse interesse neste tipo de atos de terrorismo”

Bruno de Carvalho emite comunicado

Bruno de Carvalho enviou esta quinta-feira um comunicado à imprensa, negando qualquer responsabilidade em relação às agressões em Alcochete e revelando, no entanto, que pediu desculpa a todos os elementos do plantel.

"Jamais, com as regras e princípios que me norteiam, poderia ser responsável por um ato hediondo como aquele que foi cometido na Academia do Sporting na passada terça-feira, o qual me tem sido atribuído no plano moral. Aquelas pessoas, jogadores, treinadores e demais membros da estrutura do futebol, que são a família que escolhi, podiam ser meus filhos, meus irmãos ou meus pais. O que se passou na Academia do Sporting foi, para mim, um choque, agravado pela preocupação com o que estava a acontecer com aquelas pessoas, ao mesmo tempo que eu sofria um linchamento, o qual se estendia à minha família", revela a nota enviada pelo presidente do Sporting.

"Quero recordar que tive uma reunião muito franca, aberta e positiva com os jogadores na passada segunda-feira. Falámos do que se tinha passado na Madeira, da frustração que sentíamos e da vontade tremenda de ganhar a Taça de Portugal. Nessa ocasião acordei com os jogadores que no dia seguinte, às 16 horas, estaria com eles no treino, na Academia. E isso só não aconteceu devido ao facto de o Correio da Manhã ter noticiado, em manchete, o envolvimento de colaboradores do Sporting em possíveis atos de corrupção. Por isso, desdobrei-me em reuniões sucessivas com advogados para tentar perceber o que se passava. A meio de uma dessas reuniões fui alertado para o que estava a acontecer na Academia e para lá me desloquei de pronto. Não passa pela cabeça de ninguém que o Clube ou a SAD tivesse interesse neste tipo de atos de terrorismo contra os seus ou outros, e em que circunstâncias fosse", acrescenta Bruno de Carvalho.

"Relembro que ainda por cima estamos a escassos dias da final da Taça de Portugal e que com este ato de verdadeiro terrorismo, ao agredirem barbaramente alguns jogadores, os colocariam em perigo de lesões, as quais os podiam impedir de realizar o jogo. Não posso acreditar que verdadeiros sportinguistas efetuassem tal ato com prejuízo claro, financeiro e desportivo, devido aos danos causados à marca, à instituição e pelo perigo de podermos não contar com alguns atletas por lesão", explica.

No final da nota, Bruno de Carvalho revela que pediu desculpa a todos os jogadores: "Quero ainda acrescentar que, apesar de o ter feito pessoalmente aos jogadores, técnicos e staff, enviei-lhes mensagens, pedindo desculpas em meu nome pessoal e enquanto Presidente, manifestando a minha total solidariedade e compromisso em como os culpados serão severamente punidos", frisou.