Canais portugueses apostam tudo no casamento do ano

Os britânicos não parecem muito entusiasmados com o casamento de Harry e Meghan: só 38% vão assistir à cerimónia na TV. Mas não faltam jornalistas em Windsor

A um dia do evento mais aguardado do ano em terras de sua majestade, fazem–se os últimos preparativos, aumenta o número de turistas e multiplicam-se as línguas que se ouvem. No meio de toda esta febre do casamento real estão também os jornalistas que, recém-chegados ou ainda a caminho, têm a seu cargo mostrar o conto de fadas aos comuns mortais que estão longe do Castelo de Windsor. Mais de 80 canais de televisão vão marcar presença e a organização deu acreditações a mais de cinco mil jornalistas, fotógrafos e técnicos para fazerem a cobertura do enlace real.

Por cá, a transmissão acontece nos três canais generalistas e a cobertura portuguesa do casamento do príncipe Harry com Meghan Markle será feita por caras conhecidas de todos: a SIC aposta em Clara de Sousa, Júlia Pinheiro, Joana Latino, Martim Cabral e Sofia Cerveira; a RTP em Rita Marrafa de Carvalho; e a TVI na dupla Manuel Luís Goucha e Judite Sousa.

“Uma grande festa” A cara do “Jornal das 8” da TVI já está em Windsor desde terça-feira. A jornalista já deu algumas pistas no seu blogue sobre o ambiente que por lá se vive. Judite Sousa conta que os britânicos, “vestidos a rigor”, estão “orgulhosos da família real e do que representa o casamento de Harry com Meghan Markle”: “amor verdadeiro”, nas palavras de um “súbdito” entrevistado pela jornalista numa das reportagens já transmitidas pela TVI.

Noutra reportagem, Judite Sousa assinala a acentuada cobertura mediática e nota como não faltam, por estes dias, jornalistas de todos os meios, vindos de todo o mundo. “Está a ser uma grande festa”, escreve a jornalista numa outra publicação no seu blogue.

Harry vs. William Este sábado, a cerimónia não é o único evento importante – e com transmissão televisiva – em terras de sua majestade. O casamento de Harry e Meghan vai disputar audiências com o jogo da final da Taça de Inglaterra, entre o Chelsea e o Manchester United. Por isso, é possível que o casamento perca alguns espetadores, que preferem assistir ao futebol.

E se o ambiente que se vive nas ruas de Windsor é festivo, um estudo de opinião realizado pela empresa Opinium Research revela pouco entusiasmo entre os britânicos – cerca de 65 milhões – quanto ao que parece ser o casamento do ano e que vai dominar este sábado a programação televisiva dos canais abertos: mais de 53% dos cidadãos do Reino Unido não vão assistir ao casamento real pela televisão e apenas 38% dizem tencionar fazê-lo.

Por isso, dificilmente a audiência televisiva chegará aos 24 milhões de telespetadores alcançados aquando da transmissão do casamento de William e Kate Middleton, em 29 de abril de 2011 – e que viria a registar-se como uma das maiores audiências da História.

A própria cobertura mediática do casamento de Harry é menor que a que se verificou no enlace de William, que contou com cerca de oito mil jornalistas, técnicos e fotógrafos acreditados. Repare–se, contudo, que a cerimónia de William teve muito maior dimensão – só a título de exemplo, se a lista de convidados do casamento de Harry totaliza 600 pessoas, a do enlace de William ascendia a 1900.

Ainda assim, no digital, o interesse pelos noivos tem vindo a aumentar.

Segundo dados divulgados pela plataforma YouTube, tanto Harry como Meghan Markle estão entre os nomes mais pesquisados nos últimos dias. Os vídeos que têm como protagonista o príncipe Harry registaram um aumento de visualizações de 174%; quanto a Meghan, parece que a curiosidade dos utilizadores da plataforma quanto ao novo membro da família real é ainda maior – as visualizações de vídeos sobre a ex-atriz norte-americana cresceram 311%.