Casal Obama vai produzir filmes e série para o canal Netflix

O acordo foi assinado ontem, tem a duração de oito anos e pode incluir séries e documentários. Os valores do contrato não foram divulgados

Depois de Ronald Reagan ter passado do grande ecrã para a Casa Branca e de Donald Trump deixar a televisão para assumir a presidência dos Estados Unidos, Barack Obama tornou-se ontem o primeiro ex-presidente a fazer o percurso inverso ao assinar um contrato para a produção de conteúdos para a Netflix.  

“O presidente Barack Obama e Michelle Obama assinaram um acordo multianual para produzir filmes e séries para a Netflix”, pode ler-se na publicação divulgada na conta oficial de Twitter da Netflix. O acordo poderá incluir séries televisivas – com e sem guião -, séries documentais e documentários.

As conversações entre o casal Obama e a Netflix começaram em março, data em que a comunicação social norte-americana avançou que o ex-presidente poderia vir a ser moderador de uma nova série ou integrar a equipa de produção de um programa. Dois meses depois o acordo foi fechado e terá a duração de oito anos, avança o “New York Times”. O ex-casal presidencial criou para o efeito uma produtora, a Higher Ground Productions.

“Uma das pequenas alegrias do nosso tempo de serviço público foi poder conhecer tantas pessoas fascinantes, de todos os estilos de vida, e ajudá-los a partilhar a experiência com uma vasta audiência”, disse Barack Obama em comunicado. “É por isso que a Michelle e eu estamos tão entusiasmados por ser parceiros da Netflix. Esperamos cultivar e incentivar as vozes talentosas, inspiradoras e criativas com capacidade de promover grande empatia e entendimento entre as pessoas e ajudá-las a partilhar a sua história com o mundo inteiro”.

Para Ted Sarandos, diretor de produção da Netflix, “Barack e Michelle Obama estão entre as pessoas mais respeitadas e reconhecidas figuras públicas e estão numa posição única para descobrir as melhores histórias das pessoas que fazem a diferença nas suas comunidades e lutam para tornar o mundo melhor”, disse ao “New York Times”. “Estamos incrivelmente orgulhosos por terem escolhido fazer da Netflix a casa para as suas extraordinárias capacidades para contar histórias”, acrescentou

O ex-presidente já garantiu que não pretende utilizar a plataforma para fazer campanha política contra Donald Trump. Tanto Obama como os seus conselheiros acreditam que o ex-presidente poderia, a fazê-lo, tornar-se um alvo político conveniente para o atual presidente. É aliás, pouco provável que o contrato permita ligações partidárias. 

Os valores envolvidos no contrato não foram disponibilizados pela Netflix, embora contratos semelhantes entre a empresa e personalidades reconhecidas costumam envolver dezenas de milhões dólares.

Nos tempos da presidência, Obama já se interessava muito pelo funcionamento dos média e “em saber como é que as pessoas consomem a informação e como mudam as tendências”, como confessou à CNN Jen Psaki, ex-diretor de comunicação da Casa Branca.