Rui Patrício. “Vivi momentos de puro terror” – Leia a carta na íntegra

Guarda-redes revela que chegou a temer pela vida

Na carta de rescisão que apresentou ao Sporting, Rui Patrício diz que viveu “momentos de puro terror, sem que a Sporting SAD tenha revelado qualquer preocupação” e acusa Bruno de Carvalho de “atiçar” os adeptos.

“O representante máximo da SAD criticou-me publicamente, ofendeu-me, suspendeu-me, acusou-me, processou-me. Atiçou, diversas vezes, a ira dos adeptos contra mim e contra os meus colegas de equipa, bem sabendo que alguns dos adeptos, em particular nas claques, reagem de forma primária e irracional a quaisquer declarações proferidas pelo Presidente”, lê-se na carta com o pedido de rescisão, a que o SOL teve acesso.

“No ponto máximo da crise, em pleno local de trabalho e numa sessão de treino, vivi momentos de puro terror, sem que a Sporting SAD tenha revelado qualquer preocupação”, afirma o guarda-redes.

“Face a todos os factos supra relatados, que consubstanciam, por um lado, uma conduta continuada de violência psicológica, que colocam em causa a minha dignidade pessoal e profissional e que contribuíram para a degradação, por facto imputável ao empregador, das minhas condições de trabalho; e, por outro lado, perante os factos ocorridos na Academia de Alcochete, que colocaram em risco a minha integridade física (e mesmo a vida), nada tendo sido feito pelo empregador para o evitar, não tendo sido asseguradas as condições de segurança que se impunham face ao momento que se vivia à data, revela-se totalmente insustentável a subsistência da relação de trabalho”, defende Rui Patrício.

Recorde-se que o guarda-redes avançou esta sexta-feira com um pedido de rescisão unilateral. O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, deu entretanto uma conferência de imprensa, na qual defendeu que Rui Patrício está a ser mal aconselhado pelo seu empresário, Jorge Mendes, acusando este último de “chantagear” o Sporting.

O presidente do Sporting confirmou que recebeu uma proposta de 18 milhões do Wolverhampton pelo guarda-redes, "dos quais ele [Jorge Mendes] queria sete milhões". Bruno de Carvalho afirmou que o Sporting "não pode estar sob chantagem", acusando a Gestifute, empresa de Jorge Mendes, de "aproveitamento" de um "crime", referindo-se às agressões em na Academia do clube, em Alcochete.

"Tenho pena que o Rui não tenha falado com a sua entidade patronal para saber o que se está a passar e saber que está a ser manipulado por coisas que nada têm a ver com ele (…) Espero que o Rui reflita bem porque alguém lhe está a contar uma história mal contada", afirmou.

Para ler a carta de Rui Patrício na íntegra, clique aqui