Itália. O ministro Matteo Salvini quer deportar meio milhão de imigrantes

Líder da Liga disse na Sicília que a ilha tem de deixar de ser “o campo de refugiados da Europa”

O novo ministro do Interior italiano tem planos para criar centros de deportação e evitar que mais migrantes atravessem o Mediterrâneo e se instalem nas ilhas italianas. “Já chega de a Sicília ser o campo de refugiados da Europa. Não vou ficar a olhar de braços cruzados e não fazer nada enquanto continuam desembarques atrás de desembarques”, afirmou Matteo Salvini numa visita à Sicília.

O líder da Liga considera que “a melhor maneira de salvar vidas é evitando que estas pessoas entrem nos barcos”, disse em declarações aos jornalistas no porto de Catânia, depois de já ter visitado o porto de Pozzallo, onde na sexta-feira chegou uma embarcação com 150 migrantes da África subsariana, resgatados no mar por um grupo humanitário.

Salvini sublinhou que a posição do seu partido e do governo não é “linha dura”, apenas “sentido comum”, porque aumentar as deportações e limitar novas chegadas ajudará a salvar vidas.

Partido de extrema-direita que fez campanha contra a imigração ilegal, a Liga acordou no programa de governo com o Movimento 5 Estrelas que iria fazer alguma coisa para mudar a situação.

“Milhares de pessoas desesperadas” chegam a Catânia com “a ilusão” de que “em Itália há casas e trabalho para todos”, disse Salvini. “Não há casas nem trabalho suficientes para os italianos, quanto mais para metade do continente africano”, acrescentou.

No sábado, durante um comício, Salvini deixou o aviso para os imigrantes ilegais no país: “Preparem-se para fazer as malas” porque “os bons tempos” acabaram. O governo italiano estabeleceu como prioridade deportar pelo menos meio milhão de imigrantes sem documentos e pretende ajuda financeira da União Europeia para construir “instalações de permanência temporária” para os imigrantes a deportar.