Facebook volta a partilhar dados dos utilizadores

A empresa de Zuckerberg partilhou fez acordos com 60 fabricantes de dispositivos móveis, entre eles a chinesa Huawei

A empresa de Mark Zuckerberg está novamente envolvida numa polémica sobre a partilha de dados, desta vez com fabricantes chineses, nas quais se inclui a conhecida fabricante de smartphones, Huawei. O Facebook já confirmou que houve uma partilha "controlada", como disse o vice-presidente do grupo, Francisco Varela, em comunicado.

Segundo uma investigação do New York Times, foram feitos acordos entre a principal empresa de redes sociais e 60 fabricantes de dispositivos móveis. Entre eles estão as companhias chinesas Huawei, Lenovo, OPPO e TCL. No acordo, os fabricantes tinham acesso a um conjunto de dados pessoais dos utilizadores – como religião, tendências políticas, estado civil, entre outros – sem que tivesse sido dado o seu consentimento explícito. O objetivo acordo era facilitar o acesso dos utilizadores aos serviços da rede social.

Nem a relação entre o Facebook e a China, que bloqueou o acesso à rede social em 2009, nem entre a Huawei e o Congresso dos Estados Unidos, que depois de uma investigação em 2012 foi considerada uma empresa próxima do Partido Comunista Chinês, têm sido pacíficas. "Queremos clarificar que toda a informação partilhada com o Huawei foi armazenada nos dispositivos e não nos servidores do Huawei", garantiu o vice-presidente Varela.

Em abril, Mark Zuckerberg enfrentou a polémica do caso Cambridge Analytica, tendo sido ouvido pelo Congresso norte-americano e, depois em maio, pelo Parlamento Europeu, sobre a utilização indevida de 87 milhões de dados de utilizadores das redes sociais. O CEO do Facebook chegou mesmo a pedir desculpa ao Parlamento Europeu.