Na segunda-feira passada o ténis agitou-se por Roger Federer aparecer no Centre Court de Wimbledon com roupas surpreendentes.
Não, o maestro suíço não teve a ousadia de entrar na catedral da modalidade com um equipamento colorido, quebrando a centenária tradição do ‘all white’. Isso seria um tremor de terra.
As suas roupas eram bem brancas, mas ao peito já não constava o eterno logo da Nike acompanhado do emblema com as suas iniciais RF. Em seu lugar viu-se a imagem da Uniqlo, a marca japonesa que patrocinou Novak Djokovic e apoia Kei Nishikori.
Há um mês, um jornalista italiano escrevera nas redes sociais de que o acordo de patrocínio estava em risco de não ser renovado.
E nos dias anteriores ao início de Wimbledon Federer tinha treinado no All England Club com um polo da Laver Cup – da qual é copromotor -, para além de ter aparecido numa conferência de imprensa com um casaco com o emblema de sócio do mais famoso clube de ténis do Mundo. Nada de Nike.
Tudo foi mantido em segredo até à última hora e foi uma jogada de marketing simples, mas genial e eficaz.
Nada supera uma mudança de equipamento no primeiro dia de Wimbledon, nem mesmo a primeira sessão noturna do US Open, por uma razão simples: é no torneio Londrino que há uma tradição que remonta a 1934 do campeão em título abrir o Court Central na primeira segunda-feira da edição do ano seguinte, tal como cabe à campeã estrear a jornada da primeira terça-feira.
A solenidade da ocasião é sentida em todo o mundo do ténis e mesmo em muitas esferas desportivas que extravasam a modalidade. «Jogar o primeiro encontro é uma enorme honra e um grande momento. É quase como jogar a final», referiu o oito vezes campeão da prova.
Na segunda-feira, Federer lá estava no mais prestigiado campo de ténis do mundo, às 13h00 horas em ponto, ou não fossem os britânicos e os suíços maníacos da pontualidade, a mostrar a todo o planeta o seu novo equipamento… embora ainda com sapatos Nike.
Um jornalista televisivo norte-americano garante que o acordo é válido por 10 anos e atinge o valor de 300 milhões de dólares, prevendo que se mantenha em vigor sem alterações, mesmo que King’ Roger entre para a reforma, um detalhe importante para um atleta que está a um mês de completar 37 anos. A Nike recusara dar-lhe um contrato vitalício.
Estranha semana esta em que o caso Federer junta-se aos de Lebron James e Cristiano Ronaldo, ambos de 33 anos. O basquetebolista a caminho dos LA Lakers por 154 milhões de dólares por quatro anos e CR7 a transferir-se para a Juventus por 30 milhões por ano.