Empresas pedem mais dinheiro aos bancos e reforçam produção

INE mostra que pequenas e médias empresas estão a travar ritmo dos investimentos

 As empresas nacionais deverão investir mais 5,1% em termos nominais este ano. No entanto, falamos de um resultado muito alimentado pelas grandes empresas. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), está em causa um resultado que fica acima das primeiras estimativas que apontavam para 3,7%. No entanto, também é importante ter em conta que as intenções dos empresários portugueses mostram igualmente uma desaceleração do ritmo quando comparado com o que se passou em 2017, até porque falamos de um ano em que se registou uma subida de 7,3% da Formação Bruta de Capital Fixo FBCF).

Estes são os principais resultados do Inquérito de Conjuntura ao Investimento, que foi realizado entre abril e junho. É de notar ainda que se torna imperativo sublinhar o contributo negativo de -0,7 pontos percentuais (p.p.) das empresas com menos de 50 trabalhadores e de -1,5 p.p. nas empresas nas que empregam entre 50 e 249 pessoas. Em termos setoriais, pode dizer-se que este abrandamento está associado “sobretudo às seções de comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; e de atividades de informação e de comunicação”.

É verdade que no caso das empresas exportadoras há um maior investimento nas indústrias transformadoras. Mas também é verdade que os dados mostram que há menos empresas a investir.

No topo das intenções dos investimentos que são feitos está a extensão da capacidade de produção. Falamos de quase 40% na média de 2017 e também de 2018. Já a percentagem do investimento de substituição fixa-se nos 37,2%.

O instituto salienta ainda que o auto-financiamento continua a ser a principal fonte para o investimento das empresas. Em 2018, é já de 64,3% do total. No entanto, fazendo a comparação com o ano passado, pode dizer-se que há uma diminuição do peso assumido em mais de 60% dos setores de atividade. Talvez seja este o motivo pelo qual tem aumentado o recurso ao crédito que, na média dos dois anos, representou 22,1% do total.