Quem vai pagar a guerra comercial de Trump? Analistas dizem que podem ser os trabalhadores

A intensificação da guerra comercial de Donald Trump, que ameaça impor tarifas várias e cada vez mais, vai prejudicar tanto as empresas como os trabalhadores.

A Moody's Analytics estima mesmo que se os outros países retaliarem devido às tarifas impostas sobre as importações de automóveis europeus e a maioria dos produtos chineses, o crescimento da economia americana irá começar a abrandar. Prevê-se que possa sofrer com um travão de meio ponto percentual em meados de 2019. Podem ainda perder-se 700.000 postos de trabalho.

Guerra aberta

Há pouco mais de dez dias, a China prometeu voltar a retaliar contra os planos dos EUA para impor novas taxas alfandegárias a produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares (170 mil milhões de euros), impulsionando os receios de uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais.

A decisão de Washington foi considerada por Pequim como uma forma de “bullying completamente inaceitável” e a China pediu a outros países que se lhe juntem na proteção do comércio livre e do multilateralismo. Ao mesmo tempo garantiu que se queria queixar junto da Organização Mundial de Comércio, mas sem especificar quais as medidas de retaliação.

A reação surgiu horas depois da administração Trump ter revelado uma lista de produtos, que vão desde aspiradores a limpa para-brisas, passando por colheres de prata, cabeleiras postiças, marisco, fruta e vegetais, fio de algodão, lã, casacos impermeáveis ou luvas de basebol, sobre os quais quer impor tarifas de 10%.

A 6 de julho tinham entrado em vigor as novas tarifas aplicadas a produtos chineses e norte-americanos, no valor de 50 mil milhões de dólares de cada um dos lados. O presidente norte-americano tinha avisado que, se a China retaliasse, poderia impor tarifas sobre o equivalente a mais 200 mil milhões de dólares em produtos chineses entrados nos EUA, que se juntam aos 50 mil milhões.