Herdade da Comporta. Suspeitas de corrupção em várias obras fazem dez arguidos

O ex-presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, uma ex-vereadora desta mesma autarquia, quatro arquitetos e o administrador da Herdade da Comporta estão entre os dez arguidos de quatro processos-crime

O administrador da Herdade da Comporta, Carlos Beirão da Veiga, tem uma casa de férias no lote 3 o condomínio dos Brejos da Carregueira, na freguesia da Comporta, mas encontra-se em nome da empresa LARCA, escreve a revista Visão.

De acordo com a publicação, nesse mesmo lote terá construído ainda uma estrutura em madeira e uma piscina com cerca de 60 m2, sem que tenha sido aprovada pela câmara. Além disso, terá feito obras de ampliação em duas casas, sendo que neste caso teve a aprovação da câmara.

No entanto, de acordo com uma auditoria da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), estas ampliações nunca deveriam ter sido autorizadas ao abrigo da lei.

Além do administrador da Herdade da Comporta, também o francês Louis-Albert de Broglie, o aristocrata francês que dá 159 milhões de euros pelo fundo da herdade, terá tido três licenças de construção que não deviam ter sido permitidas.

Já no lote 83 – propriedade de uma empresa da confessa Albina du Boisrouvray, madrinha da filha da princesa Carolina do Mónaco – existem duas outras licenças que foram dadas indevidamente.

A Visão refere que estes são apenas três dos 22 casos de construções ilegais que foram autorizadas pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal em terrenos da Herdade da Comporta e que estas construções ilegais já estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária e pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Setúbal em quatro processos-crime