Aviões utilizam produtos para retardar chamas em Monchique, mas helicópteros não

“Os aviões que estão a ser empregues no combate ao incêndio rural de Monchique estão a carregar espumífero”, afirma a ANCP

A Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANCP) admitiu, esta quarta-feira, que os cinco helicópteros que se encontram em Monchique a combater aos incêndiosnão utilizam produtos químicos para retardar as chamas.

Em resposta à agência Lusa, a ANCP explicou que os 40 helicópteros de ataque inicial "não usam espumífero por ficar reduzida a sua capacidade de transporte de elementos operacionais a bordo”. No entanto, os aviões que se encontram no Algarve a combater as chamas, que lavram em Monchique desde sexta-feira, “estão a carregar espumíferos”, garantiu a mesma fonte.

As primeira críticas vieram dos bombeiros, que denunciaram a falta destes produtos químicos nos helicópteros, os primeiros meios aéreos a atuar. Como resposta, a ANPC disse à Lusa que os aviões "utilizam espumífero certificado nas missões que realizam a partir da sua base de origem". Num comunicado, a ANCP afirma que "o espumífero faz parte das obrigações contratuais, sendo fornecido pelas empresas contratadas que operam estes aviões". Já a opção de não utilizar estes químicos nos helicópteros prende-se com a reduzida “capacidade de transporte de elementos operacionais”.

Em declarações à Lusa, o especialista em incêndios florestais Xavier Viegas defendeu que a utilização de este tipo de químicos para combater os reacendimentos. "Os produtos químicos certificados têm um impacto ambiental mínimo e uma eficácia enorme", defende. Quanto à opção de estes não serem utilizados nos helicópteros, Xavier Viegas afirma que, apesar de "custar algum dinheiro, [o gasto] é largamente compensado com a economia que se pode ter com a redução das horas de combate, em especial nas horas dos meios aéreos”.