Sociedade Portuguesa de Autores quer Zeca Afonso no Panteão Nacional

“É este o tributo e é esta homenagem que Portugal deve a quem como mais ninguém o soube cantar em nome dos valores da liberdade, da democracia, da cultura e da cidadania”, escreve a Sociedade Portuguesa de Autores

A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em comunicado emitido esta terça-feira, apela à transladação dos restos mortais do músico José Afonso – enterrados de momento no Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, em Setúbal – para o Panteão Nacional, em Lisboa.

“É este o tributo e é esta homenagem que Portugal deve a quem como mais ninguém o soube cantar em nome dos valores da liberdade, da democracia, da cultura e da cidadania”, considera a SPA no comunicado, acrescentando que “assume publicamente o compromisso de lutar por este legítimo e inadiável ato de consagração que deverá coincidir com os 90 anos do nascimento [de Zeca Afonso] e com os 45 anos do 25 de abril”.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Autores, José Afonso deve ter um lugar no Panteão devido ao facto de se tratar de “uma das figuras mais marcantes da história da vida cultural e artística portuguesa que influenciou as gerações que se seguiram à sua, tanto do ponto de vista artístico como do político e do moral”.

A SPA justifica esta luta no comunicado, afirmando que : “Além do compromisso que assumiu com as suas canções na luta pela liberdade e pela democracia, tendo estado preso em Caxias em abril e maio de 1973, Zeca Afonso merece ter os direitos da sua obra preservados e edições que representem o seu extenso e inigualável repertório”.

“Zeca Afonso é um símbolo que nunca poderá ser esquecido ou ignorado, embora nunca se tenha batido por atos de consagração e de reconhecimento. Devem ser hoje as novas gerações a aplaudir e a louvar a obra do homem que deixou uma marca perene e profunda na vida cultural e cívica de Portugal”, concluiu a SPA.