«queremos, em 2014, atingir uma posição devidamente equilibrada no
mercado português», disse hoje o presidente do banco, nuno amado, na
apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano.
também para o administrador financeiro do banco, miguel bragança,
o «desafio principal neste momento é a rentabilidade».
o bcp teve prejuízos de 796,3 milhões de euros entre janeiro e setembro.
sobre os próximos meses, nuno amado admitiu que «serão exigentes»,
mas não adiantou se considera que será necessário aumentar as imparidades.
nos primeiros nove meses deste ano, o resultado líquido foi «penalizado
pelas imparidades para perdas estimadas e resultados associados à operação na
grécia no valor de 531,6 milhões de euros», revelou em comunicado o bcp.
além disso, pesaram sobre os resultados as dotações para
imparidades e provisões efectuadas na actividade em portugal, no montante de
813 milhões de euros.
«ninguém pode dizer se vão haver mais imparidade nos próximos
trimestres», afirmou amado, sublinhando que o importante é o banco criar «condições
de crescimento e rentabilidade a partir de 2013 e 2014».
o presidente executivo do bcp disse ainda que, apesar dos
resultados do banco, este está hoje melhor preparado para apoiar a economia.
«o bcp está preparado para, a partir ano que vem, apoiar projectos
sustentados e com capacidade para se desenvolverem», garantiu, admitindo, no
entanto, uma redução no ‘stock’ de crédito concedido.
ainda na apresentação de resultados, que decorreu hoje em lisboa,
o banco apresentou um novo modelo de gestão do crédito, que implica maior rigor
na concessão de empréstimos e uma monitorização mais apertada da capacidade dos
clientes para cumprirem as obrigações com o banco.
a recuperação de créditos também é alvo de aperfeiçoamentos.
sobre outros assuntos relacionados com a vida do banco, a
administração não quis adiantar pormenores.
amado garantiu que desconhece eventuais evoluções na nomeação dos
representantes do estado no bcp, depois de o banco ter recorrido a um
empréstimo obrigacionista público de 3.000 milhões de euros.
«não sei, tem de perguntar ao ministério das finanças», disse,
quando questionado sobre a dificuldade do governo em encontrar gente disposta a
aceitar o lugar.
quanto ao atraso na compra de créditos ao sector público acordada
com o estado aquando da transferência do fundo de pensões, no final do ano
passado, o mesmo responsável também foi parco em palavras, afirmando apenas
estar «desejoso» de “concluir a transacção».
lusa/sol