Faltam 70 mil casas em Portugal para atenuar crise habitacional

De acordo com a APEMIP “há pouca oferta e muita procura, que faz com que o valor das casas suba e deixe de estar ao alcance das famílias” e a solução passa por investir em construção nova.

Faltam 70 mil casas em Portugal para fazer face aos problemas habitacionais do país. A garantia é dada pela APEMIP ao lembrar que o país está “num ciclo vicioso”.

De acordo com a associação “há pouca oferta e muita procura, que faz com que o valor das casas suba e deixe de estar ao alcance das famílias” e a solução passa por investir em construção nova.

Destas 70 mil casas que deveriam surgir, metade teria de ser em Lisboa e no Porto, onde se assiste a maior procura.

Segundo dados recolhidos pela entidade, “no primeiro semestre de 2018 foram licenciados 7.510 edifícios para construção nova em Portugal, dos quais 5.591 serão dirigidos para habitação familiar, o que corresponde a 9.836 fogos que estarão disponíveis no mercado”.

Estes valores, salientou Luís Lima, citado no mesmo documento, ficam “muito aquém das necessidades habitacionais”.

“Começa a haver dinâmica no mercado de construção, que nos poderá induzir em erro e dar a falsa sensação de que o mercado está a agir para colmatar a necessidade de renovação de ‘stock’”, afirmou o dirigente associativo.

Mas Luís Lima alertou para o facto de que demora algum tempo “até estes ativos entrarem no mercado, tempo que os jovens e famílias não podem esperar para poderem ter uma casa”.

Além disso, referiu, “muita desta construção estar a ser dirigida para o mercado médio-alto e alto, não dando resposta às necessidades da classe média e média baixa, que é quem mais sofre com a ausência de casas”.

A APEMIP deu ainda conta das últimas estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE) neste setor, que apontam para um crescimento de 14% face ao período homólogo no licenciamento de construção nova.

A habitação familiar destinavam-se 74%, mais 25% do que em igual período do ano anterior.