Memorando da PJM explica operação de encobrimento

No documento, que não foi assinado nem datado, estava explicada a operação para entregar as armas roubadas mas não havia referência ao roubo aos paióis

Memorando da PJM explica operação de encobrimento

O memorando que foi entregue no Ministério da Defesa pelo major Vasco Brazão, diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) e pelo coronel Luís Vieira, em novembro do ano passado, explica a operação de encobrimento do roubo das armas em Tancos.

Segundo o Expresso, o documento é explícito na explicação da operação montada pela PJM em torno da recuperação das armas roubadas, incluindo a chamada anónima para o piquete da PJM. A condição para a entrega das armas era que a Polícia Judiciária (PJ) não fosse envolvida.

O documento, que não estava datado nem assinado, expunha que a operação para entregar as armas roubadas foi combinada com um informador da PJM que revelou onde estava escondido o arsenal roubado. No documento que se resume a uma folha A4, a que o Expresso teve acesso, não tem a identificação do informador nem sugere ligação entre a operação e o roubo aos paióis de Tancos, em junho de 2017.

A falta de relação com o roubo das armas pode explicar as declarações feitas pelo major-general António Martins Pereira, ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa, que confirmou a reunião com o major Vasco Brazão e o coronel Luís Vieira, mas que não lhe foi possível “descortinar qualquer facto que indicasse qualquer irregularidade ou indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos”, disse numa nota enviada à Lusa.

Azeredo Lopes, ministro da Defesa, negou “categoricamente” ter conhecimento da operação de encobrimento.