Política agrícola de Bolsonaro ameaça floresta amazónica

Haddad prometeu a líderes evangélicos não legalizar o aborto

O provável ministro da Agricultura de Jair Bolsonaro, o candidato favorito na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, garante que há espaço para desflorestar a Amazónia.  Luiz Antonio Nabham Garcia, presidente da União Democrática Ruralista, defende que é preciso acabar com a “mistura ideológica” na questão ambiental, sublinhando que há “muita fantasia, muita lenda” sobre o aquecimento global e que o Brasil deve sair do Acordo de Paris.

“Criou-se uma fantasia, uma lenda, onde, no Brasil, quem degrada o ambiente é o produtor rural. É exatamente o contrário. Esse produtor rural é o maior conservador do meio ambiente”, garante o conselheiro de Bolsonaro para questões agrícolas, citado pela “Folha de São Paulo”. Nabham é dono de propriedades em Mato Grosso e, sendo contra o plano da desflorestação zero, afirma que há espaço para desflorestar legalmente a Amazónia. A sua ideia – e a de Bolsonaro – é juntar as pastas da agricultura, do ambiente e da reforma agrária.

Haddad contra o aborto 

Entretanto, o outro candidato à presidência do Brasil (a votação está marcada para o dia 28), Fernando Haddad, do PT, na sua procura de conseguir superar a diferença para Bolsonaro (a última sondagem do Ibope dá-lhe 41% dos votos válidos contra 59%), encontrou-se ontem com líderes evangélicos. Apresentando-se como um homem de tradição cristã, o ex-prefeito de São Paulo diz que o seu programa de governo não contempla a descriminalização do aborto e que um chefe de Estado “não pode ser escolhido para impor seu ponto de vista” e os seus “valores”. “O executivo deve ter a sabedoria de respeitar e garantir os princípios individuais”, disse