Citando Stephanie Kim, da Universidade de Georgetown, «as instituições de ensino superior não são mais torres de marfim isoladas, estando a interligar-se entre si e com as sociedades onde se inserem».
A facilidade de comunicação por diferentes vias tecnológicas e o encurtamento do tempo de viagem, atenuaram barreiras e tornaram o planeta terra mais pequeno. Os países e as sociedades estão mais velozes e mais interligados do que nunca. A internacionalização da formação e da investigação e inovação são objetivos fulcrais para as instituições de ensino superior.
De acordo com o relatório ‘The shape of things to come: higher education global trends and emerging opportunities to 2020’, o sucesso da internacionalização está relacionado com a elevação dos padrões de qualidade e da relevância global, como objetivo de atrair os melhores estudantes, gerar receita e alargar as fronteiras do conhecimento através da investigação. De salientar que, em termos globais, tem-se assistido a um rápido crescimento do número de estudantes no ensino superior e dos estudantes em mobilidade, que acompanhou de perto o crescimento do comércio mundial e ultrapassou largamente o crescimento do PIB mundial nos últimos 20 anos.
Para os próximos anos podem apontar-se os seguintes pontos essenciais relativos à procura do ensino superior: a combinação de fatores demográficos e económicos, os padrões de comércio bilateral, a alteração nos fluxos de entrada e saída dos estudantes que, associados à crescente competição global e à rápida expansão da capacidade do ensino superior, poderá alterar o panorama global do ensino superior até 2020.
Contudo, a internacionalização do ensino superior não se deverá limitar aos estudantes estrangeiros, mas deverá também ser dada particular relevância à educação transnacional e às parcerias para a concretização de investigação colaborativa.
Por outro lado, as preocupações sociais mais prementes (demográficas, económicas, ambientais, políticas e tecnológicas) deverão ser refletidas nas preocupações das Universidades, no contexto da formação e da investigação/inovação, na expansão das suas missões, na captação de estudantes ‘não tradicionais’ e na concretização de parcerias com outras instituições, quer a nível nacional quer a nível internacional.
Nesta medida, as Universidades que estejam cientes das tendências globais de formação e investigação, encarando-as de uma forma holística e multidisciplinar, ajudando os estudantes a desenvolver competências e networking e preparando-os para o sucesso profissional e pessoal, que melhor souberem enfrentar estes desafios serão, muito provavelmente, as mais bem-sucedidas.
* Vice-Reitor da Universidade Lusófona do Porto