O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, é um dos cinco suspeitos de viciação de procedimentos relativamente à contratação pública. De acordo com a noticía avançada pela Lusa, o advogado encarregue do processo confirmou, esta quinta-feira, que Melchior Moreira vai ficar em prisão preventiva.
Os interrogatórios levados a cabo no TIC do Porto decorrem desde a passada sexta-feira e prolongam-se até segunda-feira.
Os cinco suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ), na passada quinta-feira, no decorrer da operação Éter, que inclui também buscas em instituições públicas e sedes de empresas.
Melchior Moreira é um dos suspeitos de ter participado em ajustes diretos, feitos nos últimos três anos, que ultrapassam os cinco milhões de euros. De acordo com uma fonte da polícia citada pela Lusa, os ajustes diretos eram concedidos por valores muito altos, marcados acima do normal para o mercado, e sem que os serviços – por vezes – fossem prestados.
De acordo com a PJ, esta investigação focada no Turismo do Porto e Norte "determinou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de quadros dirigentes, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto". Com este esquema pretendia-se "favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular".
Em causa, estão os crimes de prevaricação, corrupção, falsificação de documentos, recebimento indevido de vantagens, tráfico de influências e participação económica em negócio relativos a contratações no setor público, na zona Norte do país.