Homem cego impedido de viajar pela Ryanair por estar com um cão-guia

Samuel Natário é funcionário da Autoeuropa e pretendia viajar de Lisboa para Londres. A Ryanair não o deixou entrar no avião por estar acompanhado de um cão-guia.

Samuel Natário, funcionário da Volkwagen Autoeuropa e estudante de Serviço Social no ISCTE, pretendia viajar de Lisboa para Londres através da companhia aérea Ryanair. O voo estava marcado para 17 de outubro e Samuel estava acompanhado de Yolo, o cão-guia que o acompanha desde 2012, atura em que ficou cego devido a um quisto alojado no cérebro.

Quando Samuel Natária estava para embarcar a caminho de Londres, a Ryanair disse-lhe que não tinha a documentação especial para o fazer nestes casos, acabando por o colocar no voo seguinte entre Lisboa e Londres. Ainda assim, Samuel diz que toda esta confusão lhe causou transtornos: “Perdi o investimento que fiz na viagem e não cumpri o objetivo da mesma. Porquê? Pela falta de informação e profissionalismo dos colaboradores da Ryanair”, disse ao DN.

Yolo, um labrador cão-guia treinado nos Estados Unidos, acompanha Samuel desde os seus 32 anos de idade, depois de ter ficado cego devido a um quisto alojado no cérebro. O labrador acompanha Samuel sempre que este precisa de viajar. “O cão-guia não é um cão de companhia ou um acessório dispensável. O cão-guia é fundamental para a mobilidade e autonomia do cidadão com cegueira total, como é o meu caso. Por isso existe legislação e normas internacionais que regulam e protegem os direitos do cidadão portador de deficiência ou incapacidade”, disse Samuel ao Diário de Notícias.

A Ryanair já reagiu: “Lamentamos sinceramente o transtorno causado e remarcámos este passageiro no próximo voo disponível para Londres Stansted no próprio dia, sem qualquer custo”.