Lisboa avalia solução para estacionamento

Autarquia de Lisboa aprovou a semana passada medida relativa ao alojamento local para combater efeitos do turismo.

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) estará a estudar uma solução de alargamento de bolsas de estacionamento para residentes a parques de estacionamento privados. O SOL sabe que esta medida estará a ser pensada para minimizar os efeitos da proliferação do turismo para os moradores da capital. Contactada pelo SOL, fonte da autarquia não confirmou esta informação.

Contudo, explicou que já existem outros casos de bolsas de estacionamento em parques de estacionamento públicos, por toda a capital. A mesma fonte esclareceu ainda que o que o poderá existir são avenças para residentes – em que os moradores pagam um certo valor mensal para terem acesso a estacionamento.

Quanto aos impactos do turismo, fonte da autarquia disse, que as bolsas de estacionamento não estão relacionadas com isso. E deu o exemplo: A Altice Arena é um dos sítios da capital que recebe muitas pessoas – tanto lisboetas como estrangeiros – e acolhe muitos eventos, o que leva a que a procura de estacionamento, num determinado momento, seja superior ao normal, podendo causar mais constrangimentos. É nesse tipo de situações que se pode pensar em criar soluções – como é o caso da criação de zonas para residentes, em que o estacionamento está vedado aos visitantes.

Mas a mesma fonte volta a fazer a ressalva de que este tipo de casos não está relacionado com o turismo em si e que já é bastante habitual acontecer quando a capital acolhe os mais variados tipos de eventos.

As bolsas de estacionamento servem para resolver os problemas de mobilidade, oferta e procura de estacionamento na capital. Ou seja, têm o propósito de gerir estacionamento, elucidou.

Ao SOL, a EMEL revelou que «dispõe de 39 parques de estacionamento, 20 dos quais preveem avenças para residentes». Por exemplo, se morar em Alcântara pode pedir uma avença de estacionamento de 24h para o parque de Alcântara à EMEL. Por mês pagará 35 euros. O mesmo acontece para o parque da Calçado do Combro, em que a avença para o mesmo período para residentes custa 78,20 euros.

Além disso, se mora numa zona em que o parque de estacionamento é privado também tem acesso às avenças. Por exemplo. se reside no Martim Moniz – o parque do Martim Moniz pertence a uma empresa privada – o valor da avença, seja para moradores seja para comerciantes é de 158 euros por mês. Mas se quiser pedir uma avença para o Parque Camões – que pertence à Empark – também o poderá fazer.
O valor para moradores é 79,29 euros mensais.

 

Restrições no alojamento local

O número de estrangeiros que visitam Portugal, mais especificamente Lisboa, tem aumentado significativamente. Nesse sentido, como forma de combater os efeitos da proliferação do turismo, a autarquia publicou na quinta-feira, no boletim Municipal da cidade, a suspensão das autorizações para novos registos de estabelecimentos de alojamento local em cinco bairros históricos da capital: Bairro Alto, Madragoa, Castelo, Alfama e Mouraria.

Nestes bairros, a percentagem de alojamentos destinados ao arrendamento por curtos períodos de tempo já ultrapassou o limite máximo de 25%, estabelecido pela autarquia.

A suspensão, que entrou em vigor a partir de ontem, irá vigorar «pelo prazo máximo de seis meses, prorrogável por igual período», pode ler-se no documento.

A decisão pretende ainda «promover o acompanhamento e monitorização» das zonas que «possam ser alvo de maior pressão» turística, relativamente à habitação.