Morreu Álvaro Malta, médico e cantor lírico, “figura incontornável” do S. Carlos

Álvaro Malta, que partilhou o palco com Maria Callas e foi médico na Maternidade Alfredo da Costa, morreu ontem (sábado), em Lisboa.

"Uma figura incontornável na lírica portuguesa do século XX". Foi nestes termos que o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) se referiu Álvaro Malta, numa nota de pesar publicada ontem a propósito da morte do cantor lírico. Álvaro Malta, que partilhou o palco com Maria Callas, morreu ontem (sábado), em Lisboa. Tinha 87 anos.

Na mesma nota, o Teatro recorda que Álvaro Malta interpretou óperas como “As Guerras do Alecrim e Manjerona” de António José da Silva; “A Serrana” de Alfredo Keil; Mérope (estreia mundial) e “Trilogia das Barcas” de Joly Braga Santos ou “Canto da Ocidental Praia” (um estreia mundial), em que o cantor interpretou o papel de Camões, de António Victorino d'Almeida.

Álvaro Malta nasceu em 1931 e estudou música sacra e canto gregoriano no Seminário dos Olivais. Depois, teve aulas de canto lírico com uma professora do Conservatório de Lisboa e com alunos do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, um agrupamento que integrou aos 18 anos. 

Torna-se solista em 1952 e, até 1989, encarna mais de uma centena de papéis. Subiu ao palco com Maria Callas em 1958 para cantar o “Barão Douphol” nas récitas de “La Traviata”.

Foi através do seu trabalho no São Carlos que consegue arranjar dinheiro para pagar os seus estudos e assim completar o curso de Medicina, que tirou também em Lisboa. Foi médico na Maternidade Alfredo da Costa, profissão que conciliou ao longo de uma vida com a ópera.

 As cerimónias fúnebres realizaram-se este domingo, no Cemitério do Alto de São João.