Estudante brasileira conta que foi agredida em Lisboa por quatro portugueses

Jovem está em Portugal há três anos

Sophia Velho, uma jovem brasileira a estudar em Portugal, garante que foi agredida no Bairro Alto, em Lisboa, por quatro portugueses.

Segundo o jornal o Globo, que cita a jovem, de 26 anos, a agressão aconteceu no passado dia 28 de novembro na Rua da Rosa.

Sophia Velho, que está há três anos em Portugal, refere que já havia presenciado casos de xenofobia contra brasileiros , mas que nunca lhe tinha acontecido.

As imagens das agressões foram partilhadas pela jovem no Facebook.

"Levei uma semana para falar, mas foi preciso. A sensação que se tem num episódio como este é de impunidade total", referiu

Ao mesmo jornal, Sophia conta que tudo começou quando levou uma amiga a um bar que costumava frequentar. No local, uma portuguesa terá começado a criticá-las com ofensas como “vadias”, enquanto quem a acompanhava se ria destas ofensas. Incomodada, a jovem respondeu que era brasileira, dando a entender que estava a perceber os insultos, mas tal não impediu que a situação parasse.

“Ela respondeu que não imaginou que eu fosse brasileira, pensou que fosse inglesa. Continuou a rir-se e a falar mal dos brasileiros, fazendo piadas sobre como as brasileiras quererem roubar os homens das portuguesas, coisas horríveis. Eu levantei-me e fui até aos funcionários avisar que ela me insultou, mas nada aconteceu. Peguei meu casaco e saí com minha amiga”, contou a estudante de Design.

Depois de sair, a portuguesa terá ido atrás da jovem brasileira dando-lhe um murro. Sophia conta ainda que os três homens que a acompanhavam a agarraram e também a agrediram.

Ao tentar voltar a entrar no bar, por ver que a amiga estava a ser levada de volta para o interior do estabelecimento, foi expulsa por um empregado.

"Bati com o rosto numa pedra e ficou roxo", denunciou, acrescentando ainda que a rua, que é pouco movimentada, estava vazia naquela noite.

Em declarações ao Globo, uma funcionária do bar referiu que as agressões ocorreram no exterior do estabelecimento e acrescentou não saber o motivo. Segundo a mesma, os empregados atuaram “para evitar que acontecesse o pior” quando se aperceberam da situação e convidaram as duas brasileiras a sair do bar.

Sophia Velho conta ainda que não foi ao hospital e que não apresentou queixa às autoridades.

"Isto nunca tinha acontecido comigo, mas já presenciei agressões contra brasileiros e muitos angolanos. Quando contei à minha mãe, ela ficou desesperada, queria que apanhasse um voo para Porto Alegre logo no dia seguinte. Mas estou a um mês de terminar a minha graduação, então continuei. Acho que estar prestes a voltar para o Brasil me motivou a falar sobre o que aconteceu", disse.