Questão da Autoeuropa foi “encenação”, acusa sindicato

Na sexta-feira foi assinado um acordo entre o SEAL e os operadores portuários, sob mediação do governo, para o regresso ao trabalho dos estivadores do Porto de Setúbal.

Para o presidente do Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística (SEAL), a questão da Autoeuropa foi uma “encenação” e um “desviar de atenções” para o porto de Setúbal, no âmbito da greve dos estivadores. António Mariano lembrou ainda que, durante três meses houve greve ao trabalho suplementar e a fábrica de Palmela “sempre esteve a exportar os seus veículos, eventualmente com algo atraso, mas presumivelmente não”, revelou aos deputados.

Segundo o responsável sindical, a “questão da Autoeuropa foi um desviar de atenções para Setúbal”, mas que “correu mal, porque os trabalhadores revoltaram-se” e “parou completamente um porto que estava a trabalhar em 50%”, “importando e exportando tudo”. Mariano estranhou ainda, perante os deputados, a notícia sobre uma eventual requisição civil no âmbito dessa paralisação, porque estavam em causa “trabalhadores sem vínculos laborais e por isso sem direito à greve”.

Na sexta-feira foi assinado um acordo entre o SEAL e os operadores portuários, sob mediação do governo, para o regresso ao trabalho dos estivadores do Porto de Setúbal. Ficou decidido a passagem imediata a efetivos de 56 trabalhadores precários (mais 10 a 37 numa segunda fase) e o levantamento de todas as formas de luta, incluindo a greve ao trabalho extraordinário.