Ciudadanos e PP chegam a acordo na Andaluzia

É um primeiro passo para um acordo mais alargado. Vox poderá apoiar o Governo.

O Partido Popular e o Ciudadanos chegaram a acordo sobre o programa político do próximo Governo se decidirem avançar com a queda do Executivo do PSOE na Andaluzia. A composição da mesa do Parlamento continua ainda em aberto, com as lideranças a discutirem os seus contornos. O Vox foi excluído do acordo, mas espera-se que venha a apoiar o Governo de direita de alguma forma, visto os seus votos serem necessárias para a maioria absoluta. A possibilidade de o partido integrar a mesa de um parlamento cuja própria existência contesta, tendo em conta que defende o fim das autonomia, é um dos pontos mais sensíveis. 

«Não é um passo definitivo, mas é muito importante para se conseguir muito», disse Juan Manuel Moreno, presidente dos populares da Andaluzia. «Os primeiros 15 conselhos de Governo já estão fechados». Entre as medidas encontra-se a eliminação do imposto sucessório e das hipotecas e o aumento da taxa fixa para 50 euros para os novos trabalhadores por contra própria entre os 12 e os 24 meses. 

Por agora, o acordo assinado estabelece 20 medidas a implementar nos primeiros cem dias de governação, mas outras 80 estão a ser ainda negociadas para o resto da legislatura. Todavia, o acordo assinado coloca algumas dificuldades ao apoio do Vox. Porque defende a autonomia das regiões e os direitos das mulheres. O cabeça de lista do Vox, o juiz Francisco Serrano é muito crítico das leis contra a violência de género. 

Nem o PP, nem o Ciudadanos, excluíram à partida um acordo com o Vox, depois de as eleições autonómicas de 2 de dezembro terem feito o PSOE perder a hegemonia que mantinha na comunidade há 36 anos. Reafirmando que a «linha vermelha» para as negociações seria a Constituição. Mas seria a direção nacional do Ciudadanos a travar a possibilidade de se aliar com a extrema-direita andaluz, com receio de que a associação pudesse prejudicar as intenções de voto do partido a nível nacional. O PP manifestou o desejo e tentou de tudo para que tal acontecesse. Pablo Casado, que sucedeu a Mariano Rajoy, foi eleito com um programa mais à direita que o seu antecessor.