É oficial: governo americano paralisa por causa do muro com o México

Donald Trump tinha avisado os líderes democratas que se não houvesse um acordo orçamental que lhe permitisse cumprir a promessa eleitoral de erguer um muro na fronteira com o México deixaria o governo federal parar. Agora, neste braço-de-ferro com Trump, democratas acusam-no de fazer “birra”

É ainda uma paralisação parcial. Vários serviços da administração norte-americana fecharam à meia-noite (5 horas em Portugal continental) depois de um impasse entre Trump e o Congresso (que integra a Câmara dos Representantes e o Senado) sobre o financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México.

Republicanos e Democratas já tinham acordado uma proposta de orçamento para ser votada no Congresso, mas o Presidente disse não, voltou a exigir o desbloqueamento dos cinco mil milhões de dólares para construir o muro na fronteira com o México, e uma vez que isso não aconteceu, 900 mil funcionários federais, incluindo mais de 400 mil polícias, ficarão agora sem receber e terão de ir temporariamente para casa em vésperas do Natal. No Twitter, esta sexta-feira, Trump ameaçava com o fecho da administração durante «muito tempo» se a lei não contemplar a verba para o muro e chega mesmo a avançar com a possibilidade de os Republicanos mudarem as regras no Senado para não precisarem dos Democratas.

Os democratas defendem que o muro é "ineficaz e caro" e que Trump "convenceu os republicanos a empurrar a nação para uma destrutiva paralisação no meio da temporada de festas". Em relação à paralisação, este sábado, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e a líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, já vieram dizer que Trump "conseguiu o que queria". Pelosi e Schumer admitem que, se o impasse não for resolvido, os democratas venham a aprovar uma lei que permita a reabertura dos serviços governamentais assim que assumam a maioria da Câmara dos Representantes em janeiro.