Mariano Ventura era um jovem confuso. E, segundo testemunhas que estiveram perto dele nesse dia 7 de janeiro de 1970, tresandava a álcool. Dir-se-ia mesmo bêbado que nem um cacho. Mas tinha uma arma na mão e isso serviu para pôr em pânico toda a tripulação do voo IB032, entre Madrid e Saragoça. A pistola era de plástico, mas ninguém poderia adivinhá-lo. A verdade é que ele a ia apontando para uns e para outros, dando ordens muito díspares.
Foi um momento inédito na história da aviação espanhola. Nunca tal houvera acontecido: um assalto aéreo???! Parecia mais coisa de país da América Central. O Convair Metropolitan 440, da Ibéria, estava no ar há 50 minutos. Levava 43 passageiros a bordo. Um deles, com apenas 18 anos, era precisamente Mariano Ventura Rodríguez. Ia dando mostras de impaciência, incomodando todos os que se sentavam a seu lado e à sua frente. De repente levantou-se, dirigiu-se à hospedeira mais próxima e avisou: “Isto é um sequestro!” O bafo do rapaz entonteceu a pobre Maria del Mar Ochoa, mas não lhe abalou os nervos. Conduziu-o ao comandante, Luis Arias Bernal. Afinal, se alguém mandava alguma coisa dentro da aeronave era ele. E, claro!, o moço armado com uma pistola de brincadeira que todos levavam a sério.
Mariano tratou de franzir os sobrolhos e tentar dar a si mesmo uma aparência de pirata que basicamente não tinha. Começou a dar ordens: “Encaminhe o avião para Cuba imediatamente!” E acrescentou: “Quero ser entregue em Havana e, a partir daí, libertarei toda a gente.”
O piloto encolheu os ombros. As coisas entravam no caminho do ridículo. Com a paciência devida a um jovem atoleimado, questionou-o: “Oiça, consegue entender aquilo que me está a exigir? Acha que Havana fica aí ao virar da esquina? Pensa que num voo como este temos combustível para atravessarmos o Atlântico?”
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