“O que o Governo está a fazer é destruir a ADSE”

A José de Mello Saúde (JML) avançou esta segunda-feira para a suspensão do acordo de convenção com a ADSE 

Assunção Cristas disse esta terça-feira que é “muito grave” a suspensão da convenção com a ADSE por parte da José de Mello Saúde, dona da rede de hospitais CUF, e acusa o Governo de ter tratado “muito mal” esta questão.

“É muito grave, o Governo tem tratado muito mal a questão da ADSE", disse a líder do CDS-PP, citada pela agência Lusa, à margem de uma reunião no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.

“Infelizmente, o que o Governo está a fazer é destruir a ADSE, que é um capital muito relevante para os funcionários públicos, para quem toda a vida aderiu a este sistema", acrescentou.

"Neste momento o que nós sabemos é que há um conjunto de situações graves que se vêm arrastando, de o Estado não pagar aos prestadores de serviços que têm acordo com a própria ADSE, e portanto, lamentamos mas entendemos que o Governo também nesta área tem estado particularmente mal e está a destruir a saúde dos portugueses", referiu.

Assunção Cristas realçou ainda que, neste momento, vemos as "coberturas a serem cortadas no caso do regime livre", e os "privados a abandonarem porque o Governo não cumpre com a sua parte".

“Obviamente que, se as pessoas que hoje têm outros sistemas complementares e que ajudam a tirar pressão sobre o SNS, deixarem de ter esses sistemas, com certeza que o SNS vai ter mais incapacidade de dar uma resposta de qualidade a todos os cidadãos", frisou.

"Seja no SNS, seja no funcionamento da ADSE, a verdade é que os cidadãos portugueses neste momento estão pior do que aquilo que estavam há uns anos atrás, e o que se vê e o que aparece no parlamento na área da saúde não nos leva a ficarmos otimistas, pelo contrário, por isso também o CDS tem trazido muitos aspetos para cima da mesa", afirmou.

Recorde-se que  a José de Mello Saúde (JML) avançou esta segunda-feira para a suspensão do acordo de convenção com a ADSE para prestação de cuidados de saúde aos seus beneficiários nos hospitais da rede CUF. De acordo com um comunicado interno a que o SOL teve acesso, esta trata-se de uma suspensão, com efeitos a partir de 12 de abril. No entanto, a 1 de março, se não forem encontradas soluções "equilibradas" para o diferendo, a suspensão pode virar denúncia definitiva.

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