O Sistema Eletroprodutor do Tâmega, o maior investimento da Iberdrola em Portugal, já está a impulsionar uma região deprimida, promovendo parcerias com sete concelhos dos distritos de Braga e de Vila Real, ocupando cerca de 1.800 trabalhadores de forma direta, entre os quais perto 370 com origem nos municípios em redor do projeto, Cabeceiras de Basto, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena, Boticas, Montalegre, Chaves e Valpaços.
Mais de 75 empresas portuguesas, entre elas 30 locais, a participar ou já participaram no projeto, diretamente contratadas pela elétrica, enquanto outras foram adjudicadas pelos empreiteiros, sendo que a empresa continua a promover a utilização de energia cem por cento verde, contribuindo para uma descarbonização da economia e tendo como um dos seus lemas, «um compromisso local, uma visão global», segundo revelou a multinacional.
Este é um aspeto valorizado por aquele que é já considerado um dos maiores projetos hidroelétricos realizados na Europa, ao longo dos últimos 25 anos, a construção de três aproveitamentos hidroelétricos interligados designadamente de Gouvães (bombagem), do Alto Tâmega (turbinação) e de Daivões (turbinação), pelo menos já nos próximos 70 anos.
A maior parte do investimento centra-se no período 2018-2020 e o complexo contará com uma capacidade instalada de 1.158 MW e uma produção energética anual na ordem dos 1.766 GWh, o que representará um aumento de mais de 6% da potência elétrica total instalada em Portugal, conforme destacaram os responsáveis pela Iberdrola em Portugal. O projeto evitará assim a importação de mais de 160 mil toneladas de petróleo por ano e a emissão de mais de 1,2 milhões de toneladas de CO2 por ano.
Até 2023, terá sido concluído o investimento total previsto de 1.500 milhões de euros, dos quais mais de 50 por cento foram investidos até ao final de 2018 (770 milhões de euros).
No aproveitamento hidroelétrico de Alto Tâmega, cujo início dos trabalhos teve lugar em março de 2017, está colocado em serviço, desde outubro do ano passado, o túnel de desvio do rio, com uma extensão de 250 metros.
Das estruturas definitivas do empreendimento, está concluído o túnel de acesso à central (480 metros), assim como as escavações e contenções da barragem, tomada de água e descarregadores laterais.
Já as escavações e contenções da central estão com um desenvolvimento de 86%, num volume acumulado de 55.000 m3 e o aproveitamento hidroelétrico de Alto Tâmega tem a conclusão dos trabalhos civis prevista para 2021, iniciando-se nesse ano os trabalhos de montagem das duas turbinas da central, enquanto a operação comercial está prevista para dois anos depois, isto é, em 2023.
Em desenvolvimento desde 2014, o Sistema Eletroprodutor do Tâmega, que consiste em três aproveitamentos hidroelétricos (de Gouvães, de Daivões e ainda a do Alto Tâmega), encontra-se muito próximo de metade da obra concluída, estando previsto que esse marco seja alcançado durante o mês de abril.
Contrapartidas
Uma comissão de acompanhamento ambiental já está a implementar medidas de minimização, monitorização e compensação, a começar por seguimento em obra, pelo trabalho arqueológico e a prospeção sistemática, além da análise da água superficial e subterrânea, da qualidade do ar e do ambiente sonoro, das nascentes e minas, havendo 13 programas simultâneos destinados à fauna e à flora.
Como medidas de compensação, destacam-se já o investimento de 1,84 milhões de euros no Complexo Mineiro Romano de Tresminas, em termos de preservação do património, 50 milhões de euros destinados a plano socioeconómico nos sete municípios e quase 25 milhões de euros de contrapartidas geridas por esses mesmos sete concelhos, reforçados com 13 milhões no triénio 2015/2018, a par de atividades de divulgação ambiental, com sete sessões onde estiveram 1.400 crianças dos quatro aos 15 anos.