12 sociedades científicas e organizações de saúde alertam para elevados riscos do tabaco aquecido

Organizações mostram-se “fortemente preocupadas” com as alegações da indústria acerca do risco reduzido dos dispositivos de tabaco aquecido e sublinham que os riscos são graves e que o tabaco aquecido não é menos prejudicial para a saúde como muita gente pensa, ao contrário dos cigarros convencionais. 

12 sociedades científicas e organizações de saúde alertam para elevados riscos do tabaco aquecido

Através de um documento conjunto, várias organizações como a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, entre outras, falaram sobre o tabaco aquecido e mostraram-se "fortemente preocupadas" com o assunto, lembrando que estes são tão ou mais prejudiciais para a saúde, uma vez que "produzem aerossóis com nicotina e outros químicos".

"Não devemos permitir que o debate em torno dos novos produtos do tabaco nos distraia do principal objetivo em questão – promover medidas regulatórias que sabemos serem eficazes na redução do tabagismo e continuar a apoiar aqueles que desejem parar de fumar", escrevem as organizações portuguesas, citadas pelo Jornal de Notícias.

Na mesmo documento, as mesmas organizações não recomendam, de todo, a utilização de tabaco aquecido e deixam vários alertas: "A melhor forma de salvaguardar a saúde humana é a prevenção da iniciação de qualquer forma de consumo e o apoio médico para cessação tabágica", dizem, acrescentando que "os PTA [Produtos de Tabaco Aquecido] contêm nicotina, substância altamente aditiva que existe no tabaco, causando dependência nos seus utilizadores, para além de estarem presentes outros produtos adicionados que não existem no tabaco e que são frequentemente aromatizados", alertam.

Por outro lado, as sociedades científicas e organizações de saúde recordam que estes produtos são também "uma tentação para não fumadores e menores de idade iniciarem os seus hábitos tabágicos”.

No final, referem que, em vários estudos, "foram encontradas substâncias nocivas em altas concentrações, como material particulado, alcatrão, acetaldeído, acrilamida e um metabolito da acroleína", explicam os especialistas.