O chefe da divisão de Inovação e Progresso da OCDE, Dirk Van Damme, afirmou durante a "Conferência de Tecnologia e Educação E2", que decorre em Paris, que acredita “que a próxima fronteira de medição educacional será sobre educação social e emocional".
Van Damme lembrou que quando a OCDE iniciou, em 2000, os estudos PISA (Programme for International Student Assessment), não era esperado que este projeto alcançasse o estatuto que tem atualmente. Nos dias de hoje, é o PISA que define o padrão global de medição de qualidade da educação de cada país, ainda que não meça “tudo o que é educação”, afirmou, segundo a agência Lusa.
O especialista lembrou a importância da educação social e emocional, tal como a capacidade de criar laços, ter empatia e adaptar-se a diferentes situações.
"Às vezes na OCDE damos respostas demasiado simplistas. Os 'rankings' são apenas uma dimensão de uma questão muito complexa, mas são o primeiro a que dão visibilidade os políticos e os media", criticou Dirk Van Damme.
O especialista lembrou ainda que as ‘soft skills’ (capacidades sociais e emocionais) "têm um impacto gigante no futuro das crianças, mais do que os conhecimentos cognitivos" e estão fortemente relacionadas com "variáveis futuras como os níveis de desemprego, o salário ou os casos de depressão".
Para finalizar, o responsável da OCDE explica que a ideia de que o caráter é algo com que se nasce é uma ideia ultrapassada, tendo já sido rejeitada pela psicologia moderna. “O carácter constrói-se e molda-se, e a escola desempenha um papel fundamental neste campo", alertou.