OCDE. Economia portuguesa vai continuar a desacelerar

Abrandamento é generalizado: EUA. Japão, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Itália não escapam. 

A economia da Zona Euro deverá abrandar nos próximos trimestres. O alerta é dado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e Portugal não escapa a esta tendência. Os indicadores, que antecipam inflexões na atividade económica num prazo entre seis a nove meses, voltaram a diminuir em fevereiro. E no caso de Portugal já se assiste a oito quedas consecutivas.

No entanto, esta tendência de abrandamento é generalizada. Estados Unidos, Japão, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Itália também apresentam diminuições, segundo a OCDE. Só França e China é poderão estar a chegar a uma fase de estabilização da tendência de crescimento.

Já na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) tinha admitido que a economia global estava a atravessar um “momento delicado” e que as expectativas não são animadoras. O FMI deverá voltar a rever em baixa as previsões de crescimento mundial para 2019 e 2020 para 3,5% e 3,6%, respetivamente. Isto depois, do organismo, em janeiro ter revisto a estimativa de crescimento para a economia mundial pela segunda vez.

A diretora-geral do FMI defendeu ainda que alguns governos devem evitar “passos errados”. O recado de Christine Lagarde destinou-se essencialmente aos países com dívidas elevadas, que numa altura de taxas de juro baixas, “têm uma margem limitada para agir” quando chegar a fase negativa do ciclo, “o que vai inevitavelmente acontecer”. E não tem dúvidas: “Falta resiliência à economia de muitos países”. Mas apesar destes alertas, Lagarde acredita que a ação dos bancos centrais poderá contribuir para uma recuperação da economia já na segunda metade do ano. No entanto, alerta para riscos, como é o caso do Brexit, das tensões comerciais e dos mercados financeiros.