Estoril Open. A lógica imperou e Tsitsipas festejou: aí está o sucessor de João Sousa

O prodígio do ténis mundial era o primeiro cabeça-de-série do torneio luso e justificou em pleno esse estatuto: a partir desta segunda-feira, é o nono do mundo

Tem 20 anos, já era o mais bem sucedido de sempre do seu país e agora marcou o seu nome na história do Estoril Open: Stefanos Tsitsipas é o novo campeão da única prova portuguesa integrada no circuito ATP. O tenista grego fez jus ao favoritismo que recolhera logo após o anúncio da participação na prova – entrou, de resto, logo como primeiro cabeça-de-série – e bateu na final o uruguaio Pablo Cuevas, em dois sets: 6-3 e 7-6 (4).

O primeiro set foi todo de Tsitsipas; no segundo, porém, o grego permitiu a reação do adversário, que protagonizou a caminhada mais surpreendente da prova: chegou ao quadro principal após ser repescado como lucky loser, devido à desistência de Filip Krajinovic, e fez depois um percurso irrepreensível até à final.

No tie-break, Cuevas, de 33 anos, entrou mal, cedendo dois mini-breaks a Tsitsipas, e acabou por ver o prodígio helénico festejar a vitória na partida e no torneio, sucedendo assim a João Sousa, vencedor da edição de 2018 – na qual eliminou… Tsitsipas nas meias-finais. Agora, o grego que chegou à prova como número 10 do ranking mundial já sabe que irá subir uma posição, naquela que será a sua melhor classificação de sempre.

 

A confissão Na hora de tomar a palavra, ainda antes de levantar o troféu de campeão no Estádio Millennium, Tsitsipas deixou rasgados elogios ao adversário, que garantiu mesmo ser um dos seus ídolos na adolescência. “O Pablo deu-me muito que fazer. Conhece este piso muito bem, fez um ótimo encontro. Quero felicitá-lo e desejar que continue a trabalhar assim. Ele provavelmente não sabe, mas era um dos meus jogadores favoritos do circuito quando era mais novo, a par com o [Roger] Federer”, confessou o jovem grego, após conquistar o terceiro torneio ATP da sua carreira.

Houve ainda tempo para o homem do dia elogiar também… a competição e os adeptos portugueses. “Queria vencer o torneio português desde que tinha 12 anos, quando o Federer veio cá. Os fãs portugueses são os melhores, muito calorosos. Apoiam-me e respeitam-me, sinto-me muito bem aqui”, atirou, recebendo os calorosos aplausos da plateia.

Já na sala de imprensa, os galanteios chegariam mesmo… a Cristiano Ronaldo. Confessando sentir-se um “filho adotivo de Portugal” – até porque foi em Oliveira de Azeméis, em 2016, que venceu o seu primeiro título Future -, Tsitsipas gracejou ainda sobre a possibilidade de de vir um dia a viver no nosso país: “Encontras uma casa para mim? Com duas salas e três casas de banho, que seja confortável. Quero ser vizinho do Ronaldo!”.

 

França celebrou em pares Na variante de pares, falou-se francês na hora dos festejos. Jérémy Chardy e Fabrice Martin conquistaram o torneio, ao bater na final a dupla britânica composta por Luque Bambridge e Jonny O’Mara, em dois sets, pelos parciais de 7-5 e 7-6 (7-3).