Abril confirma quebra do mercado de escritórios

Quebra de 50% representa uma dinâmica inversa à do mês de março em que foi observado um aumento na mesma proporção.

O mês de abril registou uma quebra de cerca de 50% em relação a período homólogo do ano passado em relação ao mercado de escritórios, dinâmica inversa à do mês de março em que foi observado um aumento na mesma proporção.

As conclusões são do último estudo efetuado ao mercado pela consultora Savills Portugal e revelam ainda que, no total acumulado de janeiro a abril foi também constatado um decréscimo, ainda que menos acentuado (15%). Ao todo, foram colocados 10.887 metros quadrados, com especial destaque para as zonas 6 (Corredor Oeste) e 7 (outras zonas), que representam 71% do total da área colocada.

“A colocação de 8.000 metros quadrados numa única operação em abril do ano passado inflacionou o valor do período comparativo, sendo muito difícil no panorama atual conseguir realizar transações com esta dimensão”, garante em comunicado Rodrigo Canas, Associate Director of Agency Department da Savills Portugal.

O comunicado da consultora refere que, durante o mês de abril deste ano, foram registadas 12 operações, metade das registadas em igual período do ano passado.

A zona 6 continua a ser o destino primordial da colocação de escritórios, com seis transações que somam um total de 3.781 metros quadrados, sendo apenas ultrapassada da pela zona 7 que com uma única transação absorveu 3.928 metros quadrados.

A reduzida oferta de mercado que corresponda aos critérios da procura (sobretudo no requisito da dimensão de área), ajuda a explicar, garante a Savills, a ausência de qualquer operação nas zonas 3 (Zona Emergente) e 4 (Zona Histórica). Por outro lado, a zona 2 (CBD) registou um aumento de 12% explicado pela elevada procura (abrangente a todo o mercado de Lisboa), mas em particular pelos bons acessos, pela diversidade das atividades desenvolvidas e pela versatilidade dos espaços (desde áreas consideravelmente pequenas a áreas maiores).

Os setores de atividade Serviços Empresas e TMT´s & Utilities foram os setores mais ativos, tendo ocupado 5.415 e 2.356 metros quadrados respetivamente, o que, segundo a consultora, prova que continuam a ser os principais dinamizadores do mercado de escritórios de Lisboa que, embora com uma disponibilidade reduzida, continua a merecer a atenção das mais variadas empresas multinacionais.