Huawei. Se não os podes vencer, cria o teu próprio sistema operativo

Algumas empresas estão a proibir os seus funcionários de falarem com os trabalhadores da Huawei

É o confronto de titãs: a tensão entre a Google (norte-americana) e a Huawei (chinesa) poderá mudar a forma como usamos a tecnologia e num pequeno objeto que usamos todos os dias e que condiciona cada vez mais as nossas rotinas: o telemóvel. Depois de a Google ter cortado as relações com a Huwaei, chegou a vez da empresa chinesa responder ‘à letra’ – a marca de telemóveis prepara-se para lançar um novo sistema operativo para os seus telemóveis.
A informação está a ser avançada pela imprensa chinesa, que diz que este sistema estará pronto no terceiro trimestre deste ano. Richard Yu, chefe executivo da divisão de consumo da Huawei, já tinha revelado que era “muito provável” que a empresa avançasse com o seu próprio sistema operativo. No entanto, a gigante chinesa ainda não fez qualquer comentário oficial a esta notícia.

Atualmente, os telemóveis Huawei usam o sistema operativo Android, desenvolvido pela norte-americana Google. Em maio, o governo norte-americano decretou que todas as empresas do país estavam proibidas de negociar com a gigante chinesa, dando à Huawei apenas três meses para se adaptar a estas mudanças. A empresa foi incluída na lista negra do Departamento do Comércio, que obriga as firmas norte-americanas a obterem uma licença especial para negociarem com a gigante tecnológica chinesa. Ora, uma das empresas norte-americanas abrangidas nesta regra é a Google. Perante a possibilidade de ver os seus telemóveis sem sistema operativo e, consequentemente, obsoletos, a Huawei ‘atirou-se’ a este mercado e criou o seu próprio sistema. O fim das relações entre a Huawei e a Google deverá ter um grande impacto na Europa, incluindo em Portugal, onde a empresa chinesa lidera o mercado.

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A Google não foi a única empresa a cortar relações com a Huawei, que é atualmente a maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações: as fabricantes norte-americanas de processadores Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, a alemã Infineon Technologies e as fabricantes de chips de memória Micron Technology e Western Digital também deixarão de fornecer a firma chinesa. 

Recorde-se que o governo norte-americano acusa a Huawei de usar os seus equipamentos de comunicação de quinta geração (5G) para aceder a informação confidencial de outros países. Esta invasão seria feita, segundo Washington, em colaboração com os serviços secretos chineses.

Proibição de contacto Várias empresas de tecnologia estão a proibir os seus trabalhadores de falarem sobre questões técnicas com funcionários da Huawei. Segundo a agência Reuters, as norte-americanas Intel, Qualcomm e InterDigital Wireless e a sul coreana LG Uplus, que pertence ao grupo LG, são algumas das empresas que estão a implementar esta regra.

Na área da tecnologia é comum serem organizadas convenções onde são discutidas as novas tendências tecnológicas e avanços técnicos. No entanto, a Reuters diz que estas empresas proíbem “conversas informais” sobre estes tópicos com engenheiros ligados à firma chinesa.

É importante frisar que a regra implementada pela administração de Donald Trump não proíbe o contacto entre empresas.