Brasil. Bolsonaro promete recorrer da absolvição do homem que o esfaqueou

Adélio Bispo de Oliveira foi considerado inimputável e vai manter-se internado numa Penitenciária Federal de Segurança Máxima

Adélio Bispo de Oliveira, o homem que em setembro de 2018 esfaqueou Jair Bolsonaro, então candidato presidencial e atual chefe de Estado brasileiro, foi esta sexta-feira absolvido por ser considerado inimputável, tendo sido determinada a manutenção do internamento na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul.

O juiz federal Bruno Savino, da 3.ª vara da Justiça Federal em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, determinou que o autor confesso do ataque, não pode ser punido criminalmente, por ser "portador de transtorno delirante persistente", segundo as perícias médicas. "O sistema prisional federal, além de possuir condições para prestar o necessário tratamento psiquiátrico, também minimiza o risco de fuga de Adélio Bispo de Oliveira, que declarou, durante o exame pericial, a sua intenção de novamente atentar contra o atual Presidente da República e também contra o ex-Presidente Michel Temer", pode ler-se ainda na decisão do juiz.

O suspeito respondia pelo crime de "atentado pessoal por inconformismo político", com base no artigo 20.º da Lei de Segurança Nacional do Brasil, e caso não fosse considerado inimputável poderia ser condenado a uma pena de prisão até 20 anos.

O presidente da República brasileira, que na altura ficou mais de três semanas internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, já garantiu que irá recorrer da decisão. "Estou a tomar as providências jurídicas do que posso fazer para recorrer. Normalmente o Ministério Público pode recorrer também, vou entrar em contacto com o meu advogado”, referiu Bolsonaro aos jornalistas à saída do Palácio da Alvorada, em Brasília. “Sabemos que o circo está armado. Tentaram me assassinar, sim. Eu tenho a convicção de quem foi, mas não posso falar, porque não quero também fazer o pré-julgamento de ninguém”, disparou.

Bolsonaro mostrou-se ainda preocupado com a decisão do juiz de considerar o réu inimputável. "A partir deste momento, se não houver recurso e [o processo] for concluído, caso o Adélio queira dizer quem é que lhe pagou para me tentar assassinar, não terá mais valor jurídico, porque ele é maluco”, ressalvou o presidente brasileiro. Recorde-se que, de acordo com a acusação, o objetivo do agressor era o de excluir Bolsonaro da disputa eleitoral.