‘O povo alentejano mantém-se muito fiel àquilo que são as suas origens’

Terminou mais uma edição do Terras Sem Sombra, que este ano ‘apadrinhou’ os EUA. O festival, que tem levado concertos a todas as sub-regiões do Alentejo, atravessou pela primeira vez a fronteira até à Estremadura espanhola. José António Falcão traça um balanço deste já longo e cada vez mais internacional caminho.

No início era só a música. Foi esta a linguagem universal escolhida pela equipa da sociedade civil por detrás do Terras Sem Sombra, nascido em 2003, primeiro no Baixo Alentejo. Com o passar dos anos, o festival itinerante foi-se alargando aos restantes Alentejos e este ano chegou também à Estremadura espanhola. Pelo caminho, foi juntando mais pilares à sua cartilha: primeiro a proteção da Biodiversidade, depois a vertente do Património Cultural. Em 16 anos, tornaram-se uma espécie de embaixadores da essência do Alentejo, que levaram este ano, logo no início da temporada, aos EUA, país convidado deste ano. A edição de 2019 terminou no final de junho e o balanço é doce: mais de 20 ‘etapas’, cerca de 15 mil visitantes e uma rede de 200 voluntários espalhados pelo território – muitos começaram por ser espetadores. Os números são úteis mas, no final, há um definidor que mais alto se levanta, sintetiza José António Falcão, diretor do Terras Sem Sombra: o caráter genuíno que privilegia uma ligação direta às pessoas.

O Terras Sem Sombra (TSS) surgiu em 2003, mas tem uma história por detrás. 

O TSS surgiu para procurar responder a um desafio que era então enfrentado no Baixo Alentejo. Tinham sido recuperados um grande conjunto de monumentos, principalmente religiosos, mas havia um grande desconhecimento, talvez pelo facto desse património estar, de alguma maneira, fechado.

O desconhecimento vinha mesmo das próprias comunidades?

Sim. Na altura, eu era responsável pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e tentámos encontrar várias soluções para devolver à vida estes monumentos: visitas guiadas, exposições temporárias, conferências. Voltava a haver fluxo de atividade durante um dia, mas depois era extremamente difícil mantê-lo. Até que o professor António Lamas convenceu-nos de que a única coisa que iria trazer as pessoas de volta era a música. E mais: certas pessoas, que jamais pisariam uma igreja ou um monumento, muito facilmente iriam atraídos pela música. E de facto isso aconteceu. Desde o primeiro momento que o TSS tem tido casa cheia.

E sempre com música sacra?

Não necessariamente, apesar de nunca termos perdido essa linha. Consideramos que a música sacra, espiritual, é fundamental e que corresponde muito à matriz da região. Paralelamente a isto, havia um desafio pessoal meu. Quando era aluno do ensino preparatório vivia em Santiago do Cacém, e já gostava muito daquilo a que chamamos de música clássica. Em casa dos meus pais havia um gira discos, uma dezena de discos, mas ao fim de algum tempo esgotava-se esse repertório. E tinha colegas que partilhavam deste interesse. Havia um pequeno problema: a única hipótese de ouvirmos música clássica ali era através da então RDP 2, que era recebida na cidade – na altura vila – com grande deficiência. Tínhamos de subir às colinas e passávamos horas nesses sítios isolados com uma rádio com um transístor de pilhas a procurar captar Jorge Peixinho, Lopes Graça (risos). Acho que meti na cabeça que, um dia, alguém teria que criar no Alentejo uma temporada artística para que as pessoas não ficassem excluídas só pelo facto de não viverem em Lisboa ou no Porto. Era uma velha ambição que acabei por realizar muitos anos depois. Comecei a materializar um bocadinho mais esta ideia com o pianista Adriano Jordão, na altura em que eu era presidente do Opart e ele era administrador. Conversando sobre isto, ele disse uma coisa que jamais esquecerei: «As pessoas têm tanto direito a ter educação, saúde, habitação como têm direito ao acesso à cultura e à música». Não podemos ter um país que, no que diz respeito a esta fruição, tenha cidadãos de segunda, de terceira e de primeira.

Essa divisão sentia-se muito no Alentejo?

Sente-se muito ainda hoje fora dos principais centros. Existe um terrível salto entre os dois ‘Portugais’, sendo que para mim o Portugal verdadeiro é aquele que não está nos grandes centros. E é aquele que hoje se revela mais criativo, mais aberto à diferença, mais interessado em acolher. No Alentejo, tivemos a vantagem que foi a grande paixão que as pessoas têm pela música. Independente de estarmos a escutar música minimalista ou canto gregoriano, escutam-na com igual respeito.

Atrás da música, veio a vertente do Património. Há monumentos que são abertos especialmente para o TSS. Como é que isto surgiu e de que forma é importante também para a conservação destes locais?

O TSS nasce e é organizado na sociedade civil, independentemente de haver uma colaboração excelente com o Ministério da Cultura, com as associações do Turismo e com os municípios. O facto de ter a sociedade civil por detrás facilitou muitas coisas porque hoje são mais de 200 pessoas distribuídas no Alentejo, e a partir deste ano também na Estremadura (espanhola), que se mobilizam. Daqui nasce todo o tipo de contactos o que tem permitido que algum património que é menos acessível – ou porque é propriedade privada, ou porque tem funções de defesa ou industriais – possa ser acedido. Temos rompido essa barreira e temos conseguido mesmo mostrar aos alentejanos um Alentejo diferente, que é, na minha opinião, o Alentejo real. Quando o festival surgiu era essencialmente de música, depois houve um momento de reflexão em que pensámos: se a região tem feito tanto pelo Património, o que podemos devolver à região? Houve várias ideias e perspetivas, mas decidimos que havia um ponto ao qual ninguém estava a prestar a devida atenção, que era a salvaguarda da biodiversidade.

Há quanto tempo mudaram esse chip?

A partir de 2010. Isto deve muito à orientação estratégica do professor João Felipe Bugalho e do engenheiro Tito Rosa, porque foram eles quem chamaram a atenção para isso. Mais recentemente, decidimos integrar também no foro da cidadania o Património Cultural por uma razão muito concreta: as pessoas vinham aos concertos, que são geralmente no sábado à noite no local de referência de cada terra, e viam-se as pessoas um bocado perdidas. Pensámos que poderíamos fazer algo para que ficassem logo com uma noção da tipografia e da história. Começámos então as atividades em cada terra percorrendo um aspeto cultural, que pode ser material ou imaterial: por exemplo, na Vidigueira, ocupámo-nos do fabrico tradicional do pão. Já o fizemos também com o cante e com outras realidades desta índole. 

Já vos puseram entraves neste caminho de levarem a música para dentro de espaços religiosos?

No início foi um processo natural, até porque foi o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja que criou este festival. A partir do momento em que o departamento foi extinto [em abril de 2017 pelo atual bispo de Beja, D. João Marcos] essa dificuldade passou a existir no território que integra a diocese de Beja. Nas outras regiões do Alentejo e mesmo da Estremadura nunca sentimos dificuldades. Tanto este ano como no ano passado estivemos em Beja, mas os concertos decorreram no convento de S. Francisco, que é um edifício pertencente ao Estado e que é uma pousada.

E como lê este retrocesso em Beja?

Para mim é difícil. Houve claramente uma mudança de paradigma. Da nossa parte sentimo-nos, enfim, muito ligados à realidade da música sacra. Quando olhamos para aquilo que o Papa está a fazer, sentimos que a mensagem é de abertura e de acolhimento, e portanto pensamos que há aqui um equilíbrio que se irá atingir. Resumindo: tem existido essa mudança nesse território, por outro lado, a mensagem da Igreja universal é de abertura. E este festival é para todos, acolhe muito a possibilidade ecuménica. Acho que podemos chegar ao nosso destino de muitas maneiras, cada um tem a sua.

Quem vos segue, qual é o vosso público?

Existe claramente um público já fidelizado, e depois também existem os públicos que só estão interessados especificamente naquela atividade, naquele concerto. A nossa ideia é que as pessoas descubram um outro Alentejo e isto entusiasma-as – e isso tem reflexos evidentes para as comunidades locais. Há os mais óbvios e fáceis de medir, como as dormidas e a alimentação, o que sobretudo em pequenas comunidades, em temporada baixa, tem um grande impacto na economia local. Há pessoas da hotelaria e restauração que nos dizem que, quando nós vamos, eles já salvaram o mês. Há um segundo reflexo que acho muito importante que é o contributo para a autoestima e até o reconhecimento da identidade local. 

Imagino que manter as entradas gratuitas seja um desafio difícil. Qual é a importância desta escolha?

Numa região onde não existiam hábitos culturais enraizados no acesso à música erudita – chamemos-lhe assim, apesar de eu não gostar deste chavão -, tinha que ser assim. A verdade é que não há uma germinação espontânea, é preciso semear para depois colher. 60% do nosso público vem da própria região, são eles o nosso público alvo principal. Não sei se todos temos consciência, mas para muitas pessoas que sobrevivem com reformas e salários mínimos – o que acontece amiúde nos territórios de baixa densidade – se calhar despender 10 ou 15 euros num concerto é um luxo impossível. 

Acha que este projeto também aproxima os alentejanos das suas raízes?

Penso que modestamente, até porque este é um projeto com meios limitados. Mas creio que temos conseguido dar um passo de gigante no sentido de restabelecer pontes que se tinham perdido. Por exemplo, a Reforma Agrária foi relativamente dura em algumas regiões do Alentejo e deixou algumas cicatrizes. Naturalmente já passou muito tempo, as pessoas já integraram historicamente essa informação, mas havia portas que já se tinham fechado de maneira irremediável e que agora se voltam a abrir.

O TSS tornou-se entretanto uma espécie de embaixador do Alentejo. Como aconteceu isto?

Um festival não pode ser uma bela série de bons concertos, por muito bons que eles sejam, tem que ter uma linha programática clara e tem que conseguir transmitir ao seu público uma pequena história da música. Há momentos de fruição e outros que vão além disso e que pedem alguma literacia musical. Essa é uma preocupação da qual não abdicamos, e a figura do país convidado aí presta-se muito bem porque nos permite fazer um ponto da situação – por um lado daquilo que é a historia da música daquele país, e por outro conhecer os melhores intérpretes que esse país tem. Em contrapartida, procuramos levar connosco o cante alentejano e outros aspetos característicos da nossa própria cultura quando visitamos esses países. Temos tido um orgulho enorme com o cante, mas há outras manifestações que merecem a nossa atenção como as saias do alto Alentejo. Ou, por exemplo, já perto do Rio Tejo, onde se utilizam pedras para produzir música. Temos aproveitado isto para levar comitivas bem organizadas de autarcas, responsáveis de empresas públicas e privadas, jornalistas e artistas. Há essa dimensão de mostrar que hoje o Alentejo é um território de excelência por dois motivos: por um lado, porque se manteve fiel às suas tradições e maneira de ser e talvez seja em Portugal o território com os índices mais altos de conservação, quer do património cultural quer do ambiental. E, por outro lado, porque se abriu extraordinariamente à inovação. 

Em que medida sente que o Alentejo se manteve fiel às suas tradições?

Continuam a existir alguns valores essenciais: uma grande ligação à terra e à natureza, à família, um sentimento de solidariedade e respeito humano, e ainda uma noção, por vezes um pouco difusa mas muito presente em toda a paisagem, que é a relação com a espiritualidade. Fico arrepiado quando me dizem que os alentejanos são pouco religiosos – quem diz isso é porque não conhece verdadeiramente o povo da região. Existe uma espiritualidade natural que parece brotar das próprias pedras e que leva a que as pessoas realmente sejam muito sensíveis a determinados valores. Não é por acaso que há grandes escritores no Alentejo, grandes músicos e criadores.

Os EUA foram o país convidado deste ano, e o TSS foi com uma comitiva até Washington apresentar o projeto em janeiro deste ano. Que frutos foram retirados deste contacto?

O TSS chega à possibilidade de ter os EUA como país convidado na sequência de uma caminhada. Começámos há alguns anos com o Brasil, depois Espanha e a Hungria. Sinto que foi um ano muito marcante, em primeiro lugar, porque os EUA são uma grande potência musical. Sentimos uma grande afinidade com os compositores e intérpretes com os quais contactámos. Foi fácil estabelecer pontes, e essas pontes não disseram apenas respeito à vida artística ou da conservação da natureza. Penso que se estabeleceram contactos para outras perspetivas como a agro indústria do Alentejo e para as atividades ligadas à navegação. Depois houve momentos absolutamente emocionantes, como ouvir o cante alentejano no clube português de Manassas (Virginia), onde num auditório bastante nutrido não haveria muitos alentejanos. Depois foi absolutamente extraordinário o concerto no Kennedy Center, que é o grande palco do mundo, não só pelas pessoas que ali estão – e a sala estava repleta – mas também pelo facto de terem um canal de televisão que emite para todo o globo. Aquele espetáculo em concreto foi visto por mais de três milhões de pessoas. E houve um genuíno entusiasmo pela população de Washington que foi ao Kennedy Center. O embaixador de Portugal, Domingos Fezas Vital, lançou o desafio de organizarmos um workshop de cante que foi frequentado por várias dezenas de pessoas, entre cantores profissionais e simples curiosos. E isto mostra-nos a importância que as nossas tradições têm quando são partilhadas. 

Há aquele cliché de que Portugal está na moda. Sentiram esse interesse pela cultura portuguesa?

Absolutamente. Há um interesse artístico e académico genuíno. Há coisas que jamais poderei esquecer, como o facto de ter podido discutir com a National Geographic a possibilidade de haver uma cobertura de alguns dos aspetos mais importantes do Alentejo em anos futuros. 

Este ano, pela primeira vez, cruzaram a fronteira para a Estremadura espanhola com duas etapas do festival.

Foi um convite do governo Autonómico da Junta da Estremadura, que recebemos com algum espanto, porque não contávamos com ele. Tivemos uma etapa em Valência de Alcântara e outra em Olivença.

O que guardou para si dessa etapa em Olivença?

Tanto em Valência de Alcântara como em Olivença senti-me, eu e penso que todos nós, absolutamente em casa. Sentimos que a fronteira é, enfim, uma realidade administrativa, mas que existe uma cultura comum que está muito marcada por uma geografia que também é partilhada. Houve coisas até emocionantes: por exemplo, em Valência de Alcântara toda a gente fez um esforço enorme para falar português. Em Olivença, vieram ter pessoas comigo que me disseram que ainda éramos familiares, partilhávamos o mesmo sangue.

Todas as pessoas que vos acolhem nas suas terras, e que são os protagonistas das suas próprias tradições, recebem o TSS com carinho – isso vê-se até na cobertura dos meios locais. O festival tem também mudado esta aproximação entre o visitante, que antes podia ser visto como um forasteiro, em terras mais pequenas?

Penso que sim. Há aqui uma energia que flui e que corresponde ao aspeto mágico da arte. A arte, e particularmente a música, congrega as pessoas, faz-nos sorrir, faz-nos ultrapassar as dificuldades do quotidiano, que às vezes é frio, ou monótono, ou mesmo feio. A arte, no fundo, transforma o mundo. Isto é válido, mas só acaba por chegar às pessoas quando elas próprias são protagonistas – e nós queremos muito que em cada comunidade sejam os agentes locais os protagonistas. Isso aconteceu por exemplo em Ferreira do Alentejo, onde o TSS de alguma maneira se fundiu, num casamento muito feliz, com um pequeno festival local vocacionado para a juventude. Nós portugueses, que durante muitos anos fomos habituados a cultivar a sua pequena quinta, a sua capelinha, mudamos muito quando mudamos de atitude. E hoje o desafio é global, e daí também a colaboração com Espanha. Hoje é um festival assumidamente ibérico porque consideramos que estando associados a Espanha podemos concorrer a outras realidades.

Aproximar os jovens da música erudita será também um desafio. Têm algum chamariz na calha?

Aí está um grande e difícil repto. Quem, de alguma maneira, frequenta o meio artístico nacional e se desloca aos nossos principais teatros e auditórios, verifica que há um claro envelhecimento do público. Isto nota-se sobretudo nos grandes centros e não é uma realidade apenas portuguesa. O TSS integra a EFA – Associação dos Festivais Europeus, que é um bocadinho o quadro superior dos festivais europeus, e todos os interlocutores partilharam esta que é uma situação preocupante. Parece que este desfasamento virá a comprometer a médio prazo o acesso aos resultados da criação artística. Temos que conseguir lutar contra este moinho de vento.

Como?

Vamos colocar grande parte dos nossos cartuchos precisamente nos dois próximos anos no trabalho com as crianças, os jovens e as famílias. Vamos procurar fazê-lo de uma forma inteligente, que esteja também aberta às reações que nos forem chegando. Depois acho que há uma batalha que hoje temos que travar contra a xenofobia e com uma certa falta de inquietação pelo que se passa noutras partes do mundo. E se não temos um botão para nos transportarmos, vamos trazê-la até nós [um dos exemplos que o TSS trouxe este ano foi a Pundaquit Virtuosi, uma orquestra juvenil filipina formada por filhos de pescadores e que atuou a 29 de junho em Ferreira do Alentejo].

O Alentejo como epicentro para o mundo?

Sim. Uma janela primeiro aberta para a planície, depois o mar, depois para o mundo. É uma aposta na fratura possível. Temos que fraturar esta realidade anti-humana que se nos está a colocar diante dos olhos. Temos que conseguir dar-lhe um abanão tal que ela se despegue e ponha o essencial à vista.

É um dos académicos do país que mais conhece – e defende – o Património alentejano. Posso pedir-lhe para escolher e contar uma história curiosa associada a algum dos locais pelos quais o TSS já passou?

Por exemplo, a da igreja matriz de Santiago do Cacém, que é um dos mais interessantes edifícios do gótico português. Caiu com o terramoto de 1755, e foi depois reconstruída. O edifício é propriedade do Estado, era utilizado pela paróquia e houve uma altura nos anos 70 ou 80 em que havia uma espécie de luta entre Herodes e Pilatos: ninguém se entendia. O Estado dizia que a responsabilidade era de quem o usava, a paróquia dizia que era propriedade do Estado. O edifício chegou a um estado de degradação ao ponto de ser perigoso até visitá-lo. A sociedade civil organizou-se, conseguiu recuperar a igreja, e depois, o Estado e o município contribuíram. Quando a igreja foi recuperada começaram a aparecer peregrinos. O caminho de peregrinação medieval tinha passado ali, as peregrinações tinham entrado em decadência no início do século XIX, mas a partir do momento em que o património se recuperou, magicamente, o caminho de Santiago voltou. Isto foi tão importante que ajudou a vertebrar o caminho de Santiago não apenas naquela zona litoral do Alentejo mas um pouco por todo o Alentejo. Foi um sinal do renascimento que o património pode trazer, e foi um processo absolutamente natural e inesperado.