O Aliança, partido liderado por Pedro Santana Lopes, enviou esta semana uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a queixar-se da falta de cobertura mediática. Alguns excertos da carta foram divulgados ontem oficialmente. Em comunicado, o Aliança começa por dizer que o teor da carta serviu para o partido “manifestar a sua indignação pelo facto de os partidos sem representação parlamentar não terem cobertura informativa pelos órgãos de comunicação social”.
Mais, o partido presidido por Santana Lopes avisa que, “se não houver alterações imediatas à situação – sendo a mais grave na RTP e Antena 1 –, apresentará queixa junto das instâncias internacionais”. No referido comunicado não é explicitado quais são essas instâncias internacionais, mas o discurso não é novo. Pedro Santana Lopes já se tinha queixado há uma semana da falta de cobertura dos media dos roteiros que está a realizar desde o início do mês e que se prolongam até setembro, altura em que será aprovada a versão final do programa eleitoral do partido.
O Aliança queixou-se, aliás, à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) por “tratamento desigual” da comunicação social em comparação com os partidos que têm assento parlamentar.
Na altura, o argumento que serviu de base às duas queixas foi o da exigência de cobertura noticiosa dos media aos roteiros “não inferior” a 30 por cento do tempo que é dispensado aos partidos com assento parlamentar.
Na carta escrita a Marcelo Rebelo de Sousa, o critério também é usado de igual forma, com um acrescento: “Concorrer a uma eleição sem cobertura dos órgãos de comunicação é como alguém concorrer a um concurso público e não poder apresentar a sua proposta”.
Por isso, o Aliança pede a Marcelo Rebelo de Sousa que intervenha e ponha “cobro a esta situação”.
“O líder da Aliança anda há semanas por todo o país, no âmbito dos roteiros temáticos. Até agora foram as semanas do ambiente, da saúde, do combate à pobreza e à exclusão social e esta semana decorre a que é dedicada ao crescimento económico, ao investimento, à fiscalidade e à inovação, numa iniciativa sem paralelo”, justifica o partido presidido por Santana Lopes. Que volta a criticar os media, particularmente, a televisão pública (RTP).
“ Até agora, por exemplo, a RTP, a nível nacional não apareceu nem uma só vez. A Aliança interroga-se: é isto uma democracia?”, conclui.