CGD. Lucro sobe 46% para 282,5 milhões no primeiro semestre

Presidente da instituição, Paulo Macedo, garantiu que os lucros estão em linha com as metas previstas.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou um aumento de 46% no lucro nos primeiros seis meses deste ano, apresentando um resultado positivo de 282,5 milhões de euros – mais 88 milhões de euros do que em igual período do ano passado.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM), o banco avança que o produto gerado pela CGD até junho alcançou 908,2 milhões de euros, o que representa um aumento de 19,1 milhões de euros (+2,1%) do que em igual período do ano passado. A nota explica que “para esta evolução favorável contribuiu a subida da margem complementar em cerca de 34 milhões de euros”, valor que “mais que compensou a descida de 15 milhões de euros na margem financeira”.

Na apresentação de resultados, o presidente do banco, Paulo Macedo, garantiu que os lucros correspondem às expetativas para este ano. “Estes resultados são positivos, são resultados expressivos numa conjuntura muito difícil”, disse Paulo Macedo.

De acordo com o banco, a atividade em Portugal gerou também um lucro de 196,5 milhões de euros, o que compara com 118,7 milhões de euros no mesmo semestre do ano anterior. 

No que diz respeito aos custos de estrutura, estes “mantêm a sua trajetória descendente”, com os custos com o pessoal a reduzirem-se 7,8% (menos 25,2 milhões de euros) e os gastos gerais e administrativos a reduzirem-se 13,3% (menos 20,6 milhões de euros), refere o banco. A instituição financeira garante ainda que estes valores “ incluem na vertente de custos com pessoal um custo não recorrente de 35,5 milhões de euros para os programas de pré reformas e rescisões por mútuo acordo”.

Segundo informações do banco, em seis meses a CGD reduziu o número de trabalhadores em 172, contando agora com 7.503 funcionários.

No primeiro semestre deste ano, a margem financeira estrita chegou aos 564,6 milhões de euros, uma diminuição de 18,4 milhões de euros face a igual período do ano anterior.

Já os resultados em operações financeiras tiveram números positivos, atingindo os 22,5 milhões de euros de janeiro a junho. O banco informou ainda que o resultado de exploração core também registou um aumento de 13 milhões de euros, fixando-se nos 330,5 milhões.

Notificação Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, Paulo Macedo informou que a CGD vai ter que emitir cerca de dois mil milhões de euros até ao final do ano 2022 para cumprir os requisitos mínimos de capital conhecidos por MREL. “A CGD foi notificada pelo Banco de Portugal dos seus requisitos de MREL. O montante de emissões elegíveis decorrente e o seu prazo de concretização está inteiramente enquadrado no Plano de Financiamento e Capital da CGD”, disse.

Nas palavras de Paulo Macedo, tal significa que, a partir do início de 2023, o banco “tem que deter um montante de fundos próprios e de passivos elegíveis de 11.453 milhões de euros, o equivalente a 13,27% do total de passivos e capitais próprios do seu Perímetro de Resolução, à data de 31 de dezembro de 2017”.