Bruno de Carvalho. “Se sou terrorista, pior ainda, se sou o mandante de um ato de terrorismo, não posso estar em liberdade!”

“Alguém que proteja as minhas filhas e a minha família! Eu já não consigo! Retiraram-me esse direito!”

Bruno de Carvalho utilizou a sua conta oficial de Facebook para falar sobre a decisão do Tribunal de Instrução Criminal do Barreiro que declarou que todos os arguidos devem ir a julgamento, incluindo o ex-presidente leonino, e afirma que a sua família está destruída devido à manipulação da opinião pública. 

Bruno de Carvalho enumera várias situações, em que o caso Alcochete, tornou não apenas a sua vida complicada mas também a da sua família, como os filhos terem assistido à sua detenção e ter ficado mais tempo detido, devido à greve dos funcionários judiciais. "Haverá algo mais vexatório do que os nossos filhos nos verem ser presos??!!??" questiona os leitores da publicação. 

"Como posso, após tudo isto, ambicionar voltar a olhar nos olhos das minhas filhas e educá-las? Como posso ambicionar voltar a olhar olhos nos olhos dos meus país e mostrar-lhes que todo o seu amor e educação resultaram? Como posso ambicionar recuperar a minha casa ou ter um trabalho? Como posso ambicionar voltar a olhar no espelho e sentir orgulho ou dignidade?" questiona. 

Bruno de Carvalho, acusado de terrorismo e de ser um dos autores morais do caso Alcochete, fala ainda da decisão do tribunal de considerar o caso um ato de terrorismo e diz não concordar, no entanto, "O Delca ouviu, o Delca "analisou" e o Delca decidiu", pode-se ler na publicação. 

Acrescenta ainda, que, na sua visão, um terrorista não deve estar em liberdade. "Se sou terrorista, pior ainda, se sou o mandante de um acto de terrorismo, sendo assim o "terrorista chefe", não posso estar em liberdade!" declara num tom irónico. 

O ex-presidente do Sporting afirma que existe uma clara conspiração contra a sua pessoa  e que não existem provas suficientes para o levar a tribunal. “A partir do momento em que irresponsavelmente se leva alguém a tribunal sem provas cria-se, e com o propósito claro de a criar, a convicção na sociedade que aquela pessoa é culpada, faltando apenas a "última etapa", o julgamento, para que lhe seja aplicada a pena correspondente”, escreve na publicação.

Bruno de Carvalho declara que lhe foram negados “princípios constitucionais fundamentais como o direito ao seu bom nome, o direito a trabalho, o direito a uma casa, o direito a viver livre e com dignidade".

No último parágrafo, o ex-presidente leonino apela à proteção da sua família da opinião pública. "Alguém que proteja as minhas filhas e a minha família! Eu já não consigo! Retiraram-me esse direito!"