Gus Hoisser. O bebé de quatro meses que morreu às mãos do pai por “estar a chorar e agitado”

O pequeno bebé foi atirado ao chão propositadamente e morreu cinco dias depois. A equipa médica explicou que o menor ficou cego, surdo, incapaz de se mover e com hemorragias na espinal medula

Matthew Hoisser, de 35 anos, residente na cidade de Woodbury, no estado norte-americano do Minnesota, foi detido na passada sexta-feira. Em causa está a morte do seu filho de apenas quatro meses, Gus, no passado dia 30 de abril. Segundo o Twin Cities Pioneer Press, o alegado criminoso está acusado de homicídio. Matthew deixou cair o filho propositadamente ao chão porque este"estava a chorar, agitado". Sublinhe-se que Hoisser tomava conta do menor há seis dias, mas não conseguia que o mesmo dormisse.

"A certo ponto, Matthew Hoisser estava tão frustrado que deixou cair intencionalmente o filho ao chão, de cabeça,  provocando-lhe ferimentos graves" pode ler-se na acusação a que o órgão de informação teve acesso. Na manhã seguinte, a mãe da criança reparou que esta "choramingava" e não queria comer. No entanto, levou Gus até ao infantário onde estava inscrito e a educadora percebeu que algo estava errado na medida em que dormiu uma sesta a partir das 10h mas, quando tentou mudar-lhe a fralda, encontrou-o "quieto e mole".

A senhora contactou as autoridades de imediato e o menino foi hospitalizado no Children's Hospital, em Saint Paul, sendo transferido posteriormente para Minneapolis. Contudo, morreu cinco dias depois e a equipa médica que seguiu Gus confirma que a sua causa de morte foi "a força bruta" com que o pai o magoou, sendo que ficou cego, surdo, incapaz de se mover e com hemorragias na espinal medula. "O Gus era um bebé doce, bonito e a fonte de felicidade dos pais, amado por todos aqueles que o conheciam" pode ler-se no obituário da vítima mortal, ao qual foi acrescentado também "adorava estar ao colo do papá e ouvir a mamã cantar e será sempre recordado como o 'Snuggamonkey' querido".

No decorrer da autópsia, os médicos legistas encontraram um segundo ferimento na cabeça do menino e acreditam que ocorreu "aproximadamente uma ou duas semanas antes da hospitalização". À polícia, Matthew Hoisser explicou que essa lesão se devia a um episódio durante o qual tentou mudar a fralda a Gus, num tapete, mas "um bocado do mesmo tinha sido cortado" e a criança acabou por "bater com a cabeça no chão". O homem admitiu ainda que nem sempre era "super gentil" com o filho e este era "complicado, que tinha cólicas constantes". À época, o pediatra do bebé diagnosticou-o com uma úlcera no céu da boca e numa das mãos assim como febre aftosa (doença infecciosa rara, provocada por um vírus que pode surgir quando se consome leite não pasteurizado vindo de animais contaminados).

"Isto é demasiado trágico" confessou o comandante John Altman, do Departamento da Segurança Pública de Woodbury, adiantando que "é horrível para a família, para a educadora, para todos". Hoisser foi apresentado a tribunal, pela primeira vez, na sexta-feira à tarde e não falou durante 15 minutos: disse apenas que tinha trabalhado enquanto distribuidor de cerveja nos últimos seis anos. Para ser libertado, o indivíduo teria de pagar uma fiança de 350 mil dólares, ser submetido a um teste de despiste de estupefacientes, não deter armas, não entrar em contacto com menores de 18 anos e comparecer em tribunal sempre que lhe fosse solicitado.

A juiza Ellen Maas decretou igualmente que Hoisser não tenha qualquer contacto com a esposa, Nicole, na medida em que esta se encontra grávida de dez semanas. No entanto, a defesa do arguido não está de acordo. "Acho que isto não é necessário, a esposa apoia-o totalmente" esclareceu o advogado de defesa do suposto homicida, John Leunig, afirmando igualmente que o cliente "não tem antecedentes criminais e não constitui um perigo para a sociedade".

Hoisser, que poderá ser condenado a uma pena de prisão de até 40 anos, será ouvido pela segunda vez em tribunal no próximo dia 19 de agosto.