Sindicato dos Jornalistas preocupado com eventual compra da Media Capital pela Cofina

A entidade acrescentou ainda que “por norma, e lamentavelmente, este tipo de fusões tem-se traduzido em cortes de pessoal e emagrecimento de redações”

"O Sindicato dos Jornalistas (SJ) está preocupado com o impacto de uma eventual compra do Grupo Media Capital pelo grupo Cofina, nomeadamente no que respeita à concentração dos media e à preservação dos postos de trabalho nos órgãos de informação detidos por ambos os grupos" começou por escrever o SJ num comunicado divulgado no seu site oficial. Sublinhe-se que o grupo Cofina confirmou o decorrer de negociações com a Prisa em regime de exclusividade relativamente à aquisição da Media Capital pela empresa que detém órgãos de informação como o Correio da Manhã, a CMTV ou o Jornal de Negócios.

Recorde-se que, em 2017, a Prisa não obteve autorização da Autoridade da Concorrência para vender a Media Capital à Altice. No último dia 14 de agosto, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu as negociações dos títulos das duas empresas “aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado”, após ter sido avançado que o dono da Cofina, Paulo Fernandes, tinha decidido entrar em negociações para a compra da TVI. Contudo, na passada segunda-feira, as ações da Media Capital e da Cofina voltaram a negociar em bolsa na medida em que, na sexta-feira, a Cofina revelou que estava a negociar com a Prisa a aquisição da Vertix (detentora de 94,69% do capital social da Media Capital). 

Na ótica do SJ, "a excessiva concentração dos média tem repercussões ao nível da pluralidade e qualidade da informação e, nesse sentido, o SJ considera que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social tem de se pronunciar rapidamente sobre o negócio em curso". A entidade acrescentou ainda que "por norma, e lamentavelmente, este tipo de fusões tem-se traduzido em cortes de pessoal e emagrecimento de redações, pelo que o SJ já solicitou reuniões às administrações dos dois grupos no sentido de antecipar o impacto laboral de uma eventual fusão e de proteger os direitos dos jornalistas" sendo que a "proteção de direitos é a maior preocupação do SJ, que tem estado em contacto com os seus associados em ambos os grupos, manifestando-lhes que está à sua disposição para o que entenderem ser necessário".