PSP demarca-se de ‘timing’ político em operação no Porto

Presidente da Câmara do Porto diz que falta polícia nas ruas

A PSP demarca-se de qualquer timing político quanto à megaoperação realizada nos quatro bairros camarários da cidade do Porto esta terça-feira. Segundo Rui Mendes, chefe da Divisão de Investigação Criminal da PSP do Porto, as buscas domiciliárias estavam a ser preparadas há vários meses, muito antes de ter começado o eco político no Porto em redor da transferência do tráfico de droga do Bairro do Aleixo para os bairros periféricos – onde foi desencadeada esta terça-feira a megaoperação do Comando Metropolitano do Porto da PSP para combater o fluxo de tráfico de drogas duras, como heroína e cocaína. 

O flagelo do tráfico de droga na zona, em grande parte seguido pelo consumo nas imediações, à frente de toda a gente, tem levado a reclamações anónimas entre os mais de dois mil moradores. A intervenções na Assembleia Municipal do Porto começaram há dois meses, na sequência da divulgação de um vídeo que mostrava tiros durante um velório, no Bairro Nova da Pasteleira, evidenciando assim a insegurança.

Para a CDU, impõe-se agora “um programa de emergência social” naquela zona populosa das áreas ocidental e litoral da cidade do Porto, sem o qual “estas operações policiais são insuficientes”. Diz ainda que estes casos confirmam os receios de que “a demolição do Aleixo só iria espalhar o problema da droga” por outras zonas da cidade. O partido reclama mais políticas sociais, mas para o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, é necessário um “programa social integrado” e “o reforço de um policiamento de proximidade”, por se tratar de um problema de segurança pública. “É evidente que há problemas sociais, mas não é só isso, há um problema policial, de segurança e de absoluto incumprimento das regras mínimas de convivência do espaço publico”, disse Rui Moreira, na última Assembleia Municipal.