A cada quarenta segundos há uma pessoa que comete suicídio

Relatório da OMS identifica as pessoas que sofrem de discriminação como as principais vítimas. Refugiados, migrantes, LGBTI e reclusos fazem parte do grupo de pessoas mais afetado.

Desde 2014 que a cada 40 segundos há uma pessoa no mundo que se suicida. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS), que esta segunda-feira divulgou um relatório em que dá conta das cerca de 800 mil mortes que acontecem todos os anos – superando assim o número de vítimas de homicídio, doenças – como o cancro da mama e malária – e até a guerra.

O enforcamento, a ingestão de pesticidas e as armas de fogo são, segundo a organização, as formas mais comuns de suicídio. Devido ao efeito quase imediato e à falta de antídotos no caso de ingestão de pesticidas, estima-se que 20% das mortes ocorram desta forma.  O mesmo relatório dá conta de que a proibição de pesticidas altamente tóxicos pode levar à redução da taxa de suicídios, veja-se o exemplo do Sri Lanka. Entre 1995 e 2015 o número de suicídios registou uma descida de 70%, que ajudou a salvar 93 mil vidas.

O relatório sublinha ainda algumas melhorias. Entre 2010 e 2016 o número de suicídios desceu, a nível global, quase 10%. Apesar dos progressos, o Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanos, não deixa de lembrar que “os suicídios são evitáveis”.

Depois dos acidentes rodoviários, o suicídio é a maior causa de morte entre os jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 29 anos. Nas camadas ainda mais jovens, entre os 15 e os 19 anos, o suicídio também é a segunda causa de morte mais frequente entre as raparigas, enquanto nos rapazes a causa ocupa o terceiro lugar. Qualquer que seja a faixa etária, o relatório não deixa espaço para dúvidas – o suicídio apresenta uma incidência maior nos homens do que nas mulheres.

As “intervenções-chave” que têm surtido, segundo a publicação, maior efeito na prevenção do suicídio passam pela forma “responsável” como os media têm tratado o tema, a implementação de programas que permitam aos jovens conseguir lidar com o stress e, por último, a atempada identificação e acompanhamento das pessoas que já se encontram em risco de cometer suicídio. O difícil acesso a armas de fogo e intervenções escolares são duas das medidas em que é preciso apostar.

O Dia Mundial de Prevenção do Suicídio assinala-se esta terça feira e a OMS vai dar início à campanha 40 Seconds of Action. Juntamente com a Federação Mundial de Saúde Mental, a International Association for Suicide Prevention (IASP) e a United for Global Health, a organização pretende prolongar a campanha durante um mês, alertando assim as pessoas para este problema