Só um terço dos alunos termina o curso no tempo previsto

Alunos portugueses demoram a concluir a licenciatura no tempo destinado, mas nem por isso deixam de prosseguir os estudos.

Em Portugal, apenas 30% dos alunos do Ensino Superior termina o curso em três anos. No relatório “Education at a Glance”, publicado esta terça-feira no site da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), pode ler-se que a taxa de conclusão em Portugal “continua a ser um desafio”.

Tal como Portugal, que se encontra abaixo da média, de 39%, estão países como a Holanda, a Eslovénia e o Chile. Nos países nórdicos – Noruega, Finlândia e Suécia – quatro em cada dez alunos do Ensino Superior termina a licenciatura em três anos.

O Reino Unido lidera a tabela com cerca de 70% dos alunos a terminar o curso em três anos. O atual Secretário de Estado Britânico justifica estes resultados com o sistema de educação. Gavin Williamson afirma que este foi construído para atingir os jovens de todos os tipos de estratos sociais, “dando-lhes o que precisam para fazerem o que quiserem das suas vidas – daí ser tão importante fazermos as coisas bem em todos as etapas”.

Apesar de os números colocarem Portugal abaixo da média no que diz respeito à conclusão de um curso superior no tempo esperado, o relatório não deixa de assinalar aspetos positivos. Com 41%, Portugal situa-se acima da média da OCDE (37%) quando se fala do número de alunos com 19 ou 20 anos inscritos nas universidades.

O documento refere ainda que não existe uma relação entre a taxa de conclusão e a ineficácia dos sistemas de ensino, já que “os estudantes podem abandonar o curso por várias razões”.

E se os alunos portugueses acabam por se demorar mais numa licenciatura, nem por isso deixam de querer prosseguir os estudos. Em 2017, um terço dos alunos universitários frequentavam um mestrado. Estes números tornam-se especialmente animadores comparando com a média da OCDE, que nesse ano foi de 16%.

Ainda em 2017, Portugal situava-se acima da média de 2% de alunos inscritos em doutoramentos (6%).

No que diz respeito a doutoramentos, mais de metade das inscrições foram feitas por mulheres (55%). Ainda nesse ano Portugal situa-se acima da média (2%), com 6(%).