Catedral de Notre-Dame “continua em perigo”

Quase cinco meses depois ainda há risco de desabamento.

O arquiteto responsável pelas obras veio, esta sexta-feira, alertar para o perigo em que o monumento ainda se encontra. Segundo Philippe Villeneuve a catedral encontra-se em perigo “a dois níveis: o das abóbadas, que podem cair, e o do andaime, que pode desabar”.

As declarações alertam para os perigos que não só se mantêm, como também para outros que se agravam. Para além das 200 a 300 toneladas de detritos que se acumulam pós-incêndio, há um andaime que ameaça ruir devido ao calor das chamas. O arquiteto garante que conseguirá segurar parte do andaime fragilizado, mas apenas para montar outro em seu redor, com 50 metros. Este “assentará num conjunto de vigas onde será possível trabalhar o restauro”.

O incêndio que no dia 15 de abril provocou, para além da queda de uma das torres da catedral, danos profundos no interior, levou ao alargamento do prazo das obras de restauro. O arquiteto, que já estava responsável pelas obras antes do incêndio, lamenta as três semanas de atraso na reconstrução, já que os trabalhos tiveram que estar parados devido ao “risco de desabamento”.

Villeneuve não dá certezas quanto ao prazo de finalização, já que tem em mãos um desafio acrescido. Todos os trabalhadores são, mensalmente, sujeitos a exames médicos na procura de chumbo no sangue, já que podem estar em contacto com material contaminado. As obras deverão prolongar-se durante vários anos, “não podendo ficar realmente tranquilos até meados de 2020”.