O clima de tensão entre maçons representantes do ‘rito francês’ em Portugal pode acabar com uma cisão histórica no Grande Oriente Lusitano (GOL).
Segundo apurou o SOL, o Grande Oriente de França, entidade internacional responsável por atribuir autorizações para a prática dos ‘ritos’, acabou por criar uma situação quase incompreensível ao atribuir duas cartas-patentes a diferentes entidades em Portugal.
A carta-patente é o documento que permite à entidade dela detentora representar o ‘rito’ e atribuir os altos graus. Fonte ligada ao GOL explicou que o coronel Vasco Lourenço está associado a um dos grupos e Rui Costa, antigo adjunto do ex-bloquista Ricardo Robles, a outro. E ambos os lados reclama-se a autoridade para poder exercer o rito francês em Portugal.
Mas a confusão entre maçons não termina por aqui: ao que o SOL apurou junto de fontes ligadas à maçonaria, a Grande Loja Simbólica de Portugal – loja que funciona sob o rito egípcio – anda em conversações com os dois grupos ligados ao rito francês, com o objetivo de os convencer a sair do GOL e a juntarem-se a esta grande loja maçónica.
Maioritariamente composto por maçons seguidores do rito escocês, o GOL, ainda assim, tem nas suas ‘colunas’ (ou lojas) cerca de 30% de seguidores do rito francês.
O clima de tensão já levou mesmo o grão-mestre do GOL a emitir uma nota interna, dizendo que «não pode aceitar climas de desrespeito, quezílias e falsidades, intrigas, divulgações ilegítimas e derivas profanas impróprias da Obediência». «O grão-mestre é o garante da união e fraternidade e tudo fez e faz, em seu juízo, para que o princípio da conciliação não ceda a comportamentos desrespeitosos ou a juridismos mais próprios do mundo profano, que põem em causa a harmonia entre maçons e entre os seus órgãos de soberania», lê-se na mensagem escrita por Fernando Lima, a que o SOL teve acesso.
O SOL tentou contactar o grão-mestre do GOL e Vasco Lourenço, mas sem sucesso.